“A biografia de Carlos Cardoso – Um homem do futebol, do Vitória e de Setúbal”, de autoria de José Luís Tavares da Cruz, é o nome do livro lançado hoje pelo ex-futebolista e treinador de 77 anos,.

Ao longo das 130 páginas da obra, o antigo capitão dos sadinos nas décadas de 1960 e 1970, que coincidem com os tempos áureos do clube, recorda, entre outros, o período em que o Vitória, comandado por Fernando Vaz e José Maria Pedroto, alcançou os maiores feitos dos seus 112 anos de história.

Rodeado por alguns dos seus antigos colegas de equipa, entre eles José Mendes, Herculano e Fernando Tomé, o ex-internacional A por Portugal não escondeu a emoção que sentiu perante a homenagem que lhe foi prestada na ocasião.

“Dá-me vontade de chorar. Ver aqui alguns dos meus antigos colegas, diretores e todas estas pessoas. Todas elas têm um cantinho no meu coração”, disse no Salão Nobre dos Paços do Concelho da sua cidade natal.

José Luís Tavares da Cruz, autor da biografia, publicada pela Meridiano, uma chancela da editora Sinais de Fogo, começou por dizer que a obra não foi escrita por encomenda, mas como uma homenagem àquela que, em sua opinião, é a maior figura dos 112 anos do Vitória, enquanto profissional de futebol.

“Carlos Cardoso confunde-se com a história do clube, o número de anos que o serviu (34) enquanto profissional, tanto como jogador como treinador, não tem par. Se um clube tivesse pulmões e respirasse ou voz e falasse, seria Carlos Cardoso o seu espelho”, considerou.

A longevidade e as conquistas também foram sublinhadas na apresentação em que marcaram presença André Martins e Carlos Silva, respetivamente, presidentes da Câmara Municipal de Setúbal e do Vitória, clube que atualmente participa na série B da Liga 3.

Além de ter vencido as Taças de Portugal em 1965 e 1967 e ter participado em 62 dos 70 jogos disputados pelos sadinos nas competições europeias, foi vice-campeão nacional na época de 1971/72.

Mais tarde, em 1999, já como treinador, Carlos Cardoso levou os sadinos às competições europeias, quase um quarto século depois da última presença nas provas da UEFA. Como adjunto de José Rachão, em 2004/05, conquistou a Taça de Portugal e, em 2007/08, como coadjuvante de Carlos Carvalhal, ergueu a 1.ª edição da Taça da Liga.

André Martins, presidente da autarquia setubalense, lembrou ainda o epíteto de “bombeiro” que em várias ocasiões foi aplicado para descrever as ocasiões em que foi chamado para salvar o clube em momentos de aflição em que lutava para não descer de divisão.

“Foram tantas as vezes que Carlos Cardoso veio apagar fogos nascentes no Vitória depois de desaires e chicotadas psicológicas, que houve quem lhe tivesse começado a chamar bombeiro de serviço. E ele foi competente nessa missão metafórica de ser soldado da paz e de apagar as chamas causadas pelas escaldantes chicotadas, também metafóricas, em que o futebol sempre foi pródigo. Competente ao ponto de evitar descidas de divisão e de recuperar o ânimo de equipas entristecidas”, disse.

Como jogador, Carlos Cardoso envergou sempre a camisola do Vitória de Setúbal, clube onde também iniciou o seu percurso como treinador. Depois de deixar o Estádio do Bonfim, na década de 1970, onde chegou a ser em simultâneo jogador, capitão e treinador, o antigo defesa treinou ainda o Barreirense, Nacional, O Elvas, União da Madeira, Lusitano de Évora, Benfica e Castelo Branco e Juventude de Évora, antes de regressar ao Vitória nos anos 90 e aí colocar um ponto final na sua carreira em 2009.

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