Condenado a 12 anos e dez meses de prisão por lavagem de dinheiro e tráfico de drogas, Edinho gasta o seu tempo na prisão Dr. José Augusto César Salgado, em São Paulo, a treinar os restantes reclusos. O filho do antigo internacional brasileiro Pelé joga futebol na equipa da cadeia e gosta de orientar os prisioneiros, à semelhança do que acontecia quando estava em liberdade.
Quando não estava preso, Edinho foi jogador de futebol, titular e vice-campeão brasileiro em 1995 e, mais recentemente, técnico de várias equipas como Mogi Mirim, Água Santa e Três Corações. E o facto de ser filho de Pelé não lhe dá regalias na prisão, isto apesar do estabelecimento prisional P-II ser conhecido por ter vários presos famosos.
O jornal brasileiro Estadão escreveu sobre a rotina de Edinho. O ex-futebolista levanta-se todos os dias às 5h45 como todos reclusos e tem pão com manteiga e café para o pequeno almoço. O almoço é, na maioria das vezes, arroz com feijão, bife, salada de rúcula e tomate, com banana e laranja para a sobremesa.
Edinho compartilha a cela com seis outras pessoas, pode ir à biblioteca, assistir a filmes, fazer artesanato ou teatro e até participar em cursos profissionalizantes. Ao mesmo tempo que estuda, o filho de Pelé aguarda uma vaga para trabalhar dentro da cadeia. As atividades são remuneradas e caso seja bem sucedido pode ver a pena reduzida.
O recluso de 47 anos participa ainda em grupos de oração, um dos pilares do ex-atleta para se sustentar na prisão. A visita dos familiares é importante, sendo que a da mulher Jéssica é um dos momentos mais aguardados da semana. A esposa acredita na inocência do marido que sempre garantiu que não cometeu o crime de lavagem de dinheiro.
Edinho foi preso junto com outras 17 pessoas em junho de 2005, acusado de ter ligações a uma organização de tráfico de drogas liderada por Ronaldo Duarte Barsott.
Num primeiro julgamento, foi condenado a 33 anos e quatro meses de prisão. Contudo, passados seis meses foi solto com base num pedido de ‘habeas corpus’, ficando sujeito apenas a apresentações periódicas na cadeia. Já em fevereiro de 2017, o Tribunal de Justiça de São Paulo confirmou a condenação, mas reduziu a pena para 12 anos e 10 meses. Foi detido em julho do ano passado depois das autoridades judiciais rejeitarem os apelos da defesa. Está preso desde então na cadeia Dr. José Augusto César Salgado.
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