A festa do futebol voltou hoje ao Estádio José Gomes, onde o Estrela recebeu e empatou 0-0 com o Belenenses, num reencontro entre dois clubes históricos do futebol português, na Série 2 da 1ª Divisão Distrital de Lisboa.
Em Dia de Reis, foram mais de 5.000 os adeptos dos dois emblemas e do futebol em geral que encheram as estreitas artérias circundantes da Reboleira, horas antes do início do encontro, e preencheram de cor, cânticos e incentivo às duas equipas que, por motivos distintos, se estrearam esta época no escalão mais baixo do futebol nacional.
"É fantástico este ambiente. Emocionante! Este jogo remete para os tempos gloriosos do Estrela, os tempos que me fizeram tricolor de coração. É este jogo e ambiente que faz valer a pena todo este percurso", comentou o presidente do clube anfitrião, Rui Silva, em declarações à Lusa, enquanto assistia à entrada das duas equipas no relvado, para um reencontro ao fim de 10 anos, após o último confronto direto na I Liga.
Ao lado de um emocionado Rui Silva, o presidente do Belenenses, Patrick Morais de Carvalho, assistiu atentamente à partida junto dos sócios do clube adversário e ao lado de vários antigos jogadores do Estrela, como Abel Xavier, Rebelo, os irmãos Neves e Renato, que fizeram questão de dizer presente em mais um dia histórico para o clube da Amadora e dar o seu contributo.
"O mais importante não é o jogo, mas o sentimento da causa. Fiquei muito satisfeito pelo presidente me ter dado a possibilidade de ir ao balneário partilhar o meu testemunho com os jogadores antes da partida", revelou o ex-jogador e atual selecionador de Moçambique, Abel Xavier.
A diferença de 10 pontos que coloca o Belenenses em primeiro lugar e o Estrela em sétimo é reveladora das aspirações dos dois emblemas na 1ª Divisão Distrital e o líder da Cruz de Cristo não negava as ambições dos ‘azuis’, antes consumado o 0-0 na Reboleira.
"É emocionante, é um clássico do futebol português e estar aqui dez anos depois a viver toda esta atmosfera é muito especial para nós. É um jogo de cariz especial, mas para ser mesmo especial temos de vencer", comentava Patrick Morais de Carvalho ao intervalo, frisando que "quer o Belenenses, quer o Estrela tiveram de fazer a sua travessia e baixar ao inferno, mas como é evidente fazem muita falta na I Liga”.
Tal como um dos porteiros do Estádio José Gomes, orgulhoso das bancadas apinhadas, "uma assistência superior a muitos jogos da I Liga", Patrick Morais de Carvalho e o artista Paulo Gonzo, sócio do Estrela há apenas um ano, "para ajudar na recuperação do clube", como revelou à Lusa, destacaram a festa do futebol protagonizada na tarde ruidosa e colorida na Amadora.
"É maravilhoso voltar a ver jogos neste estádio e ainda mais com o Belenenses. Sou sócio do Estrela, mas adoro o Belenenses, este ambiente e o futebol no seu estado puro. Isto é a verdadeira festa do futebol", defendeu Paulo Gonzo, que, apesar de ter partido o fémur há cerca de quatro meses, não faltou à chamada para, de canadianas, ‘entrar em campo’.
Apesar do dispositivo de segurança especial, a festa na Reboleira, essa, chegou a ser arrepiante em alguns momentos e um hino ao futebol, celebrado em comunhão entre jogadores e adeptos.
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