Diogo Jota foi um dos convidados da Web Summit que está a decorrer este ano de forma virtual. Numa palestra sobre o 'futebol moderno', o internacional português recordou as primeiras memórias que tem do desporto rei. "Desde que me lembro que gosto de futebol, sempre foi uma paixão. Quando tinha seis anos, o meu pai colocou-me na natação, mas chorei e quis ir para o futebol. As minhas memórias mais antigas são do Euro 2004, tinha na altura sete anos. Lembro-me do Cristiano Ronaldo, ele era já uma referência com apenas 18 anos", começou por referir.
A viver um grande momento no Liverpool, o caminho até chegar aos 'reds' foi marcado por alguns sobressaltos, como foi por exemplo a experiência no Atlético de Madrid, para onde se mudou em 2016/17, proveniente do Paços de Ferreira, clube onde fez a sua formação. Contudo, Jota relembra que o "segredo é nunca desistir". "Cheguei a treinar em clubes grandes, mas nunca consegui ficar. São pequenas desilusões, mas correu tudo bem. O segredo é nunca desistir. (...) A oportunidade para ir para o Atlético de Madrid foi importante. Não tenho arrependimentos, em todas as experiências podemos evoluir como jogadores e como pessoas", vaticina.
Jota pertence aos 23 anos a um seleto grupo de predestinados que desenvolvem a sua atividade em clubes e campeonatos top a nível mundial. Mas a realidade está longe de ser assim para a maioria dos que aspiram a ser estrelas no desporto rei. "Apenas dois por cento atingem o sucesso a alto nível. Há outra percentagem que não vai viver do futebol. Temos que criar condições para que ele possam desenvolver outras atividades. Eles sabem que precisam de educação. O futebol profissional não é para todos por isso é importante eles apostaram na sua educação", relembra o diretor de marketing da Federação Portuguesa de Futebol, Nuno Moura.
Mas Diogo Jota não apenas é craque nos relvados e também dá cartas nos e-sports. "Era miúdo quando o meu pai me deu a minha primeira Playstation, é outra paixão. Sempre gostei de jogos em que posso treinar e competir com outras pessoas, é por isso que eu gosto do mundo dos e-sports", continua. Recorde-se que Jota bateu na final da ePremier League Invitational FIFA 20 tournament, o colega de equipa Trent Alexaner-Arnold. Para além do FIFA, o internacional português também predileção pelo jogo 'Football Manager'. "Estou à espera do lançamento do novo jogo, estou à espera que seja lançado", revela.
Numa conversa mediada pelo jornalista James Pearce do portal britânico 'The Athletic', o jovem de 23 anos recorda ainda como tem sido a adaptação ao Liverpool, uma nova realidade depois de ter saído do Wolverhampton. "Quando chegamos a um clube, temos que ter a mente abeta. Arranjei forma de me adaptar, com a ajuda do Jurgen Klopp, ele é um fantástico treinador, depois cabe ao jogador aprender o mais rápido possível", disse, prosseguindo. "Toda a equipa me ajudou, o [Jordan] Anderson, (capitão do Liverpool) enviou-me uma mensagem assim que eu assinei. Os jogadores brasileiros, como o Fabinho, Firmino, assim com os espanhóis também ajudaram. Temos uma grande grupo", vincou.
Questionado sobre como se tem visto por cá o sucesso do extremo na Premier League, Nuno Moura ressalvou o entusiasmo de todos os português, esperando ainda que o seu "sucesso" possa ser replicado na seleção nacional e que isso se traduza em mais vitórias a nível internacional.
Com a situação da pandemia da COVID-19 a tirar o público dos estádios de futebol, Jota ainda não pôde sentir o ambiente eletrizante de Anfield com a camisola dos 'reds'. O jogador luso espera que os espectadores regressem ao estádio o "mais rapidamente possível", até porque futebol sem público "nao é nada". "Futebol sem espectadores é estranho. Quando jogamos num clube como o Liverpool sentimos que algo falta. Ainda não consegui sentir esse ambiente de Anfield. O futebol sem espectadores não é nada. Espero que regressem ao estádio o mais rapidamente possível", atirou.
A Web Summit, uma das maiores cimeiras de tecnologia do mundo, realiza-se este ano totalmente 'online' com "um público estimado de 100 mil" pessoas, depois de se ter começado a realizar em Lisboa, em 2016.
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