O secretário-geral adjunto da Associação de Ligas Europeias de futebol (European Leagues) afirmou hoje à Lusa que a prioridade é acabar os campeonatos nacionais de futebol, elogiando o trabalho efetuado pela Liga portuguesa para o regresso da competição.
“A prioridade de todas as ligas europeias é a retoma das competições profissionais domésticas nas próximas semanas. Esta é a nossa prioridade e de todas as ligas que estão na nossa associação”, disse à Lusa Alberto Colombo.
A European Leagues representa 36 ligas profissionais de futebol e associações de clubes de 29 países, entra elas a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP).
O secretário-geral adjunto da European Leagues explicou que foi efetuado um trabalho, em conjunto com a UEFA, para serem criadas condições para o regresso das competições, depois da suspensão devido à pandemia de covid-19.
“O trabalho conjunto com a UEFA foi importante, com um espírito de total colaboração para criar condições para que as ligas possam regressar. Foi necessário trabalhar arduamente”, afirmou Alberto Colombo, referindo o empenho na organização do calendário.
Colombo destacou também o trabalho a nível regulamentar da FIFA, avançando com um regulamento temporário que permita agilizar as janelas de transferências e que os jogadores em fim de contrato possam terminar as épocas nos clubes, uma vez que as competições “não vão terminar no calendário normal”.
O responsável disse ainda que todas as ligas estão a trabalhar no desenvolvimento de “protocolos fundamentais” para o regresso das competições, quanto a preocupações sanitárias e médicas e regresso aos treinos e, depois, à competição.
“Todos têm feito um trabalho fantástico, como o caso da LPFP. A LPFP tem trabalhado de forma exemplar nos protocolos. Depois, as decisões são tomadas pelas federações e respetivos governos”, salientou.
A European Leagues tem estado a elaborar com a UEFA um “guião geral ao nível dos melhores protocolos”, mas salientou que cada liga vai ter as suas próprias diretivas.
“Cada Liga desenvolve os seus protocolos, porque as situações são diferentes em cada país e as decisões dos governos também vão ser diferentes. É normal que não exista uniformidade nos protocolos”, explicou, considerando uma “prioridade absoluta” a proteção da saúde de todos os envolvidos no regresso das competições, como jogadores, treinadores, funcionários ou árbitros.
Colombo considerou possível que as ligas terminem no seu formato atual, admitindo a hipótese de existirem casos que adotem algumas alterações.
“A prioridade é acabar com o formato normal e existem condições nos calendários para acabar em formato normal, tendo em conta o que sabemos agora. A prioridade é acabar as competições, a prioridade número dois é manter o formato atual, e se, daqui a umas semanas, percebermos que isso pode não acontecer alguns países podem considerar alguma alteração de formatos, mas isso será decidido em cada país”, explicou.
O responsável frisou que uma possível alteração de formato de um campeonato é um cenário que “não se pode excluir”, mas reconheceu prematuro analisar essa situação agora.
Com a declaração de pandemia, em 11 de março, inicialmente alguns eventos desportivos foram disputados sem público, mas, depois, começaram a ser cancelados, adiados – nomeadamente os Jogos Olímpicos Tóquio2020, o Euro2020 e a Copa América – ou suspensos, nos casos dos campeonatos nacionais e provas internacionais de todas as modalidades.
Os campeonatos de futebol de França e Países Baixos foram, entretanto, cancelados, enquanto países como Alemanha, Inglaterra, Itália, Espanha e Portugal preparam o regresso à competição.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 224 mil mortos e infetou cerca de 3,2 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Cerca de 890 mil doentes foram considerados curados.
Comentários