A cidade berço foi hoje conquistada pelos adeptos dos Vitória de Guimarães para festejar a primeira Taça de Portugal do clube, por adeptos que, entre lágrimas e sorrisos, prometem ser "do vitória até morrer".

O ecrã gigante colocado no Largo do Toural foi o ponto de encontro de milhares de vimaranenses que viram juntos a final entre o clube da cidade e o Benfica e sofreram, igualmente juntos, com o golo do Benfica mas "deitaram tudo abaixo" com os dois golos que deram a vitória ao "Bitória".

Depois dos golos de Soudani, aos 79, e Ricardo, dois minutos depois, que anularam o tento inaugural do argentino Nico Gaitan, aos 30, foi só festa.

Antes do apito inicial havia esperança, «David também venceu Golias», dizia António Pinto, adepto do Vitória de Guimarães, de cachecol ao pescoço e cruz ao peito.

«Deus e o D. Afonso Henriques vão dar uma mãozinha», explicou.

Mas, a batalha final começou com um rombo nas redes vimaranenses. O relógio batia os 30 minutos e Gaitán marcou. Um silvo de desânimo ecoa na praça e depois, silêncio.

«Força "Vitória". Isto ainda não acabou. Bola p'a frente», berrou-se, cantou-se, implorou-se.

E a bola foi em frente. "Os Conquistadores" avançaram e avançaram. Passaram a linha do meio-campo. Chutaram e Soudani chegou ao golo, batia o minuto 79.

«Goooolo. Ah carago! Estávamos a merecer. Ainda vamos ganhar isto», ouvia-se na praça, conhecida por ser a "sala de estar" da cidade.

Ainda se festejava o primeiro golo e eis que mais um “canhão” da “tropa” de Rui Vitória acertou no alvo, conseguindo segundo golo, por Ricardo, aos 81 minutos.

Foram três minutos que mudaram a história e puseram o Vitória de Guimarães mais perto da conquista final.

«Agora é aguentar. Não ceder. Mas também não recuar demasiado. Vamos. Vamos», pediram os adeptos na praça.

E, no Estádio Nacional, os jogadores ouviram. Foram, ganharam o jogo e conquistaram o primeiro título nacional para o Vitória.

As imagens de tristeza das bancadas benfiquistas no Jamor contrastavam com os gritos de alegria em Guimarães.

«Ganhámos. Ganhámos. Ganhámos. Vitória Olé, Olé Vitória», cantou-se, berrou-se.

«Do Vitória até morrer», foi a promessa dos adeptos, aos quais outras centenas se estão a juntar, no Toural, é o “slogan” da festa, que ainda dura no largo, na praça, pelas ruas da cidade.

«Primeiro foi o D. Afonso Henriques a correr com os Mouros. Agora fomos nós a mostrar a raça do Minho em Lisboa», voltou à conversa António Pinto.