A Câmara de Évora vai ceder ao Juventude um terreno municipal na periferia da cidade, com cerca de dois hectares, para a construção de um novo estádio de futebol, revelou hoje o presidente do município.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da Câmara de Évora, Carlos Pinto de Sá, indicou que a cedência do terreno a este clube da cidade foi decidida através de um concurso público, lançado pela autarquia no início deste ano.
“Duas entidades consultaram o processo, mas apenas uma entendeu concorrer. O júri analisou e concluiu que a proposta apresentada pelo Juventude corresponde àquilo que a câmara colocava a concurso”, adiantou.
Pinto de Sá realçou que as duas partes vão agora marcar a data para a escritura, salientando que o terreno municipal “é cedido em direito de superfície pelo período em que ocorrer atividade desportiva”.
“O projeto tem que ser apresentado no prazo de um ano” e a construção do novo estádio terá que estar “concluída no prazo de três anos”, a partir da data de assinatura da escritura, assinalou.
Segundo o município, a proposta de adjudicação do terreno municipal ao Juventude Sport Clube, na sequência do relatório final do júri do concurso, foi aprovada, por unanimidade, na mais recente reunião de câmara.
Na reunião, indicou, foi também decidido que, no processo de licenciamento, “as condições indicadas no relatório sejam adequadas à implementação global do complexo desportivo” a construir naquele terreno e do qual “o estádio fará parte”.
Contactado hoje pela Lusa, o presidente do Juventude, António Sousa, remeteu para mais tarde declarações sobre a construção do novo estádio, alegando que quer falar aos sócios sobre o assunto na próxima assembleia geral do clube, marcada para terça-feira.
O dirigente desportivo confirmou, contudo, que está negociado com o Lidl um contrato de constituição do direito de superfície de uma parte do atual estádio do Juventude, para que a multinacional do setor do retalho construa um supermercado.
Nas declarações à Lusa, Carlos Pinto de Sá referiu que a câmara vai receber, como contrapartida, “horas de utilização” no novo estádio para a realização de atividades municipais e outras abertas à população.
“É uma parceria que permite, neste caso, que o Juventude tenha um novo estádio e a câmara possa utilizar, em termos públicos, esse estádio durante determinadas horas”, sublinhou.
A autarquia impõe condições para a elaboração do projeto do futuro equipamento, como o número de lugares para espetadores e condições exigidas pelos organismos do futebol, disse o autarca.
“Nesta primeira fase, obriga a 3.000 lugares, mas tem que poder expandir-se até 5.000, se houver necessidade”, além de que as respetivas condições devem corresponder “às exigências da Federação Portuguesa de Futebol e da UEFA”, precisou.
Notando que o terreno contíguo também é da câmara, Pinto de Sá revelou que o município está também a estudar a construção de mais equipamentos desportivos naquele espaço para a criação de “um complexo desportivo mais alargado”, do qual fará parte o estádio.
Este terreno municipal, com cerca de dois hectares, situa-se na Herdade do Alcaide, junto ao bairro de Almeirim, na periferia da cidade, tendo sido adquirido pela câmara, em 2006, para a construção do parque desportivo municipal, que nunca avançou.
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