A Associação de Futebolistas Profissionais da Inglaterra (PFA) informou esta quinta-feira a FIFA que os jogadores poderão entrar em greve, como forma de luta pela redução o número de partidas disputadas ao longo da época.

O órgão regulador mundial do futebol tem estado debaixo de intensa pressão para abordar a questão da carga de trabalho dos jogadores de elite através de ameaças de ações legais. A PFA quer medidas para alterar o seu congestionado calendário futebolístico, e que se agravou com a expansão do Mundial de Clubes para 32 equipas no próximo verão.

Num evento realizado esta quinta-feira em Londres pela PFA e pela FIFPRO, a união internacional dos jogadores, esta foi informada que os jogadores encontram-se atualmente em "ponto de rotura".

O diretor executivo da PFA, Maheta Molango, recordou uma conversa recente que teve com jogadores de um clube não identificado.

"Até onde vocês gostariam de ir? Alguns deles disseram: 'Não aguento mais, podemos muito bem fazer greve. Outros disseram: 'Qual é o sentido? Sim, sou milionário, mas nem tenho tempo para gastar o dinheiro.'" Molango relatou, de acordo com a BBC.

Molango acrescentou: "Chegamos a um ponto em que não podemos descartar nenhuma ação."

A FIFA já enfrentava a ameaça de ação legal caso não houvesse uma reprogramação do Campeonato do Mundo de Clubes de 2025. Uma carta recentemente enviada ao presidente da FIFA, Gianni Infantino, pela Associação Mundial das Ligas e pela FIFPRO dizia que o calendário mundial do futebol encontrava-se agora "além do ponto de saturação".

Em resposta, a FIFA disse que garantiria o bem-estar dos jogadores com um calendário "harmonioso". O calendário do futebol expandir-se-á mais uma vez na próxima temporada, com os novos formatos da Liga dos Campeões e da Liga Europa, que terão oito jogos na primeira fase em vez dos habituais seis. Para além disso, a Liga dos Campeões, a Liga Europa e a Liga Conferência terão todas 36 equipas cada.