Wissam Ben Yedder será julgado na terça-feira (15) em Nice por agressão sexual em estado de embriaguez.

Na sexta-feira de 6 de setembro, durante uma das suas muitas noitadas com muito álcool à mistura, o jogador de 34 anos, atualmente sem clube, conheceu uma jovem de vinte e poucos anos que concordou em entrar no seu carro.

Ao que tudo indica, o antigo avançado da seleção francesa teria colocado a mão na coxa da mulher, e teria tentado beijá-la antes de se masturbar à sua frente.

A jovem relatou o incidente imediatamente e Ben Yedder foi preso naquela noite, em Cap d'Ail, perto de Mónaco.

"O nosso cliente comparecerá à audiência e pretende assumir a responsabilidade pelos seus atos", declararam os dois advogados do jogador, Hasna Louzé e Marie Roumiantseva, que citaram o problema de alcoolismo do seu cliente.

O processo foi adiado para estabelecer uma avaliação dos danos psicológicos da vítima.

Ben Yedder, que está sem clube desde o fim do seu contrato com o Mónaco no verão passado, ficou com restrições de mobilidade em França e não pode frequentar casas noturnas, além da obrigação de estar em casa das 20h às 06h00. O avançado terá de comparecer numa esquadra duas vezes por semana e tratar da sua dependência alcoólica.

Avançado mergulhado em casos na justiça

O Ministério Público tinha pedido a prisão preventiva para Ben Yedder devido ao risco de fuga, de pressionar a vítima e também de repetir a conduta.

Em agosto de 2023, Wissam Ben Yedder foi indiciado por crimes de violação, tentativa de violação e agressão sexual, por factos ocorridos em julho, em Beausoleil. Ben Yedder foi detido e, posteriormente, libertado mediante uma caução no valor de 900.000 euros, num processo em que o irmão mais novo do jogador também está acusado dos mesmos crimes.

Na base da investigação efetuada pela polícia judiciária de Nice está uma queixa apresentada em julho por duas mulheres, que alegaram ter sido forçadas a praticar atos sexuais pelo jogador, de 32 anos, e o irmão, em Beausoleil, no sul de França. Este caso ainda está em fase de instrução.

Ao mesmo tempo, Ben Yedder também deverá ser julgado no final de dezembro por abuso psicológico contra a sua ex-esposa no contexto do seu divórcio em maio de 2023.

Em abril de 2023, Ben Yedder já tinha sido condenado a seis meses e um dia de prisão por um tribunal de Sevilha, com pena suspensa, por ter “falseado, de forma consciente [a declaração anual de rendimentos], de forma a não incluir rendimentos” que estaria obrigado a declarar à Autoridade Tributária espanhola.

A sentença, que foi alcançada por acordo de todas as partes envolvidas, impôs também uma multa no valor de 133.798,70 euros e determina que a pena de prisão fica suspensa por um período de dois anos, durante os quais o jogador não poderá cometer infrações fiscais.

O avançado está num outro litígio com o seu ex-agente Meïssa Ndiaye.

Uma situação que parece afastá-lo definitivamente de uma carreira desportiva que teve momentos de brilho.

Nascido em Sarcelles, na região de Paris, Wissam Ben Yedder começou no futsal, onde aperfeiçoou a sua técnica e também foi jogador da seleção francesa. Estreou-se no futebol profissional no Toulouse, antes de se consolidar no Sevilla e brilhar no Mónaco a partir de 2019.

Em cinco anos e 201 jogos marcou 118 golos pela equipa do Principado, da qual foi capitão e com a qual foi melhor marcador do campeonato francês em 2020, empatado com Kylian Mbappé.

Mas na temporada passada as negociações para a renovação de contrato não chegaram a bom porto e o jogador, que já vestiu a camisola da seleção francesa 19 vezes, deixou o Mónaco discretamente.

Na terça-feira começa o julgamento, num caso onde poderá ser condenado até 10 anos de prisão por "agressão sexual em estado de manifesta embriaguez" e também por "desobediência e condução sob efeito de álcool".