Rui Pinto, colaborador do Football Leaks, foi acusado pelo Ministério Público de 147 crimes, 75 dos quais de acesso ilegítimo, 70 de violação de correspondência, sete deles agravados, um de sabotagem informática e um de tentativa de extorsão.
Além dos acessos ilegais aos servidores do Sporting e da Doyen Sports, fundo de investimento alvo da tentativa de extorsão, a acusação agora deduzida também abrange crimes envolvendo outros organismos, entre elas a sociedade de advogados PLMJ e a PGR.
A ex-eurodeputada Ana Gomes, que tem sido um dos rostos mais mediáticos na defesa do hacker, não se mostra surpreendida com a acusação do MP mas levanta algumas dúvidas relativamente ao comunicado Procuradoria-Geral da República (PGR).
"O que me preocupa é que o comunicado da PGR não tenha uma única linha sobre terríveis e gravíssimos crimes que foram expostos por ele no site Football Leaks e que dizem respeito à criminalidade à solta no mundo do futebol", explicou, em declarações na 'SIC Notícias'.
"Acho muito preocupante que a PGR, o MP e a PJ revelem um trabalho intenso na investigação dos crimes que Rui Pinto possa ter cometido. Mas, no entanto, o comunicado da PGR não tem uma única linha sobre os gravíssimos e terríveis crimes que foram expostos por ele no site Football Leaks e que dizem respeito à criminalidade à solta no mundo do futebol", aponta a socialista.
E concretiza a sua ideia. "Designadamente os de evasão fiscal, branqueamento de capitais, negócios de promiscuidade, conflito de interesses tremendos, captura de agentes do mundo económico, etc."
Já esta sexta-feira, a ex-eurodeputada recorreu à rede social Twitter para reagir à acusação do Ministério Público.
"Sistema informático da PGR e PJ violado 307 vezes por um jovem ciber-autodidacta habilidoso? Aquilo não é um sistema, é um passador!!! Imagine-se do que não desfruta a criminalidade organizada!...", escreveu.
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