2,56 mil milhões de euros: esse foi o montante pago pelos clubes em comissões a agentes de futebol desde 2013. Uma verba demasiado alta que chamou a atenção da FIFA. O organismo que rege o futebol mundial lançou um conjunto de regras para regulamentar as relações dos empresários com os clubes para que haja mais transparências nas transferências de futebolistas.
Esta decisão deixou em alarme os agentes de futebol, que prometem uma resposta à altura. Cerca de 120 deles vão estar reunidos, esta quinta-feira, em Zurique, na Suíça, para discutir a possibilidade de avançar com uma queixa contra a FIFA no Tribunal Europeu.
"A FIFA tomou decisões que, se colocadas em prática, vão retirar do mercado mais de metade dos agentes. E nem sequer chamou nenhum representante dos empresários para essa discussão", lamentou Mike Miller, presidente da Associação de Agentes de Futebol.
Entre as medidas a aplicar, a FIFA quer impedir que o mesmo empresário represente duas ou mais partes do mesmo negócio numa transferência. Hoje em dia é possível o mesmo agente representar o clube que vende, o que compra o jogador e ainda o próprio atleta, recebendo duas ou até três comissões pela intermediação no negócio.
O caso que fez 'soar os alarmes' na FIFA aconteceu em 2013, quando Mino Raiola recebeu 42 dos 102 milhões pagos pelo Manchester United à Juventus para garantir os serviços de Paul Pogba. O empresário italiano representou o clube italiano, o emblema de Old Trafford e ainda o médio francês no negócio, o que fez disparar o valor da sua comissão.
Numa entrevista recente, Mino Raiola, empresário de Paul Pogba, Zlatan Ibrahimovic, Matthijs de Ligt, entre outros, criticou, de forma dura, a FIFA pelas comissões que cobra nas transferências internacionais. Para o italiano, o sistema de transferências da FIFA "é uma forma de tráfico humano."
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