A Associação de Futebol de Évora (AF Évora) e o seu Conselho de Arbitragem repudiaram hoje as ameaças a Luís Godinho, árbitro do encontro de quarta-feira entre o Sporting de Braga e o FC Porto, da Taça de Portugal.

O Conselho de Arbitragem (CA) da Federação Portuguesa de Futebol foi informado pelo juiz daquela associação “da existência de ameaças, que também foram feitas a familiares” no seguimento do jogo de quarta-feira”, no qual o FC Porto acabou reduzido a nove unidades.

“Vêm a direção da AF Évora e o seu CA repudiar totalmente as ameaças recebidas pelo nosso árbitro, Luís Godinho, e pela sua família, bem como todas as afirmações ofensivas que atentam contra o seu bom nome, replicadas pela comunicação social”, afirmou a associação, em comunicado assinado pelo presidente, António Pereira.

A AFE manifesta “toda a solidariedade e apoio” a Luís Godinho e também ao seu árbitro assistente, Valter Rufo, da mesma associação, que diz que “constituem uma das melhores equipas de arbitragem portuguesas”, e espera “que os responsáveis por tais ameaças e afirmações ofensivas sejam levados à justiça”.

“O Luís Godinho é um exemplo para todos os árbitros, em especial para os mais novos, pelo percurso que tem construído, pelo seu exemplar profissionalismo e pela sua extraordinária dedicação à causa de arbitragem”, frisa o comunicado.

Sporting de Braga e FC Porto empataram 1-1 na noite de quarta-feira, na primeira mão das meias-finais da Taça de Portugal de futebol, num jogo em que os 'dragões' acabaram com nove unidades.

O jogo ficou marcado pela grave lesão de David Carmo, lance que ditou a expulsão de Luís Díaz (70), numa decisão polémica de Luís Godinho, após visionar as imagens, que motivou fortes protestos dos portistas.

Uma agressão de Uribe a Esgaio provocou a expulsão de Uribe (90+7), pelo que os portistas terminaram o jogo reduzidos a nove.

Após o encontro, o presidente do FC Porto, Pinto da Costa, deixou duras críticas à equipa de arbitragem, liderada por Luís Godinho.

Já hoje, o CA informou que as ameaças a Luís Godinho e a familiares seus estão a ser tratadas "como algo extremamente grave" e desejou que "as autoridades sejam capazes de intervir" e "levar perante a justiça" quem age desta forma.

A situação levou a uma monitorização pela polícia da viagem de regresso a casa de Luís Godinho, e, de acordo com fonte do CA, o árbitro da Associação de Futebol de Évora irá fazer uma participação às autoridades, para tentar encontrar os autores das ameaças.