O técnico da seleção angolana, o uruguaio Gustavo Ferrín, esclareceu hoje, no Lubango, que não existe um mal estar entre a equipa técnica e os jornalistas, e quando não falam à imprensa ou fazem treinos à porta fechada é para garantir maior concentração ao grupo.
Numa conferência de imprensa que tinha como objetivo fazer o balanço dos oito dias de trabalho em terras huilanas, Ferrín disse que sempre que há possibilidade orienta os jogadores a falarem à imprensa e quando isso não acontece é responsabilidade sua e não deve ser imputada aos atletas.
«Às vezes só não falamos à imprensa pelos seguintes motivos: nós fazemos uma hora de viagem por dia, desde o hotel ao campo do Benfica, ou seja, 15 minutos de ida e 15 de regresso, que fazem 60 minutos nas duas sessões diárias. Temos entre quatro a seis horas de trabalho de campo por dia, para além de palestra e sessões de hidroterapia diárias e que vocês não têm acesso».
«Depois de cada jogo os atletas entram no cubo e ficam cinco minutos no gelo, para evitar hematomas que produzem fadiga muscular, para que haja uma recuperação mais rápida para o próximo treino. Se atendermos a imprensa todos os dias, isso estrangularia o nosso plano de trabalho», justificou.
«A seleção não é minha, é de todos nós, por isso solicitamos que o nosso trabalho seja facilitado e façamos em conjunto um bom trabalho, é um apelo extensivo ao público», continuou o técnico.
Ferrín esclareceu ainda que quando os treinos são à porta fechada não é para esconder algo, mas sim para garantir um maior nível de concentração dos atletas, “porque às vezes o público interfere no que se está a falar e no que se está a corrigir, principalmente quando se faz trabalhos intensos na componente psíquica».
Ferrín desculpou-se e pediu compreensão, pois quer apenas que o público entenda a sua preocupação.
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