O técnico hispano-brasileiro Beto Bianchi, treinador do Petro de Luanda, foi hoje apresentado como novo selecionador de futebol de Angola para os próximos três anos, com o objetivo traçado de recuperar a mística dos ‘palancas negras’.
O novo selecionador foi apresentado em Luanda, pelo presidente da Federação Angolana de Futebol (FAF), Artur de Almeida, eleito para o cargo em dezembro, numa altura em que a modalidade atravessa uma profunda crise de resultados internacionais e dificuldades financeiras.
"Queremos voltar ao passado daquilo que foi o futebol de Angola. Um futebol de sucesso, bem jogado, bem estruturado. Este é um dos nossos grandes objetivos", explicou Artur de Almeida, sublinhando a aposta em Beto Bianchi também pelo "compromisso com a formação" para "consolidar resultados" no prazo de dois a três anos.
Beto Bianchi, de 50 anos, levou o Petro de Luanda ao segundo lugar do Girabola em 2016, depois de já ter passado, como técnico, por clubes no Brasil, Espanha, Bélgica, China, Indonésia e Jordânia.
"O que nos interessa é a experiência que já tem de Angola e, claro, o conhecimento que tem", destacou Artur de Almeida, realçando o "ato patriótico" da direção do Petro de Luanda, de "compartilhar" o técnico, no "curto e médio prazo".
"Só posso prometer muito trabalho, muita humildade, muita disciplina. Não sou angolano, mas defendendo as cores de Angola, sendo selecionador, eu tenho a obrigação de dar o máximo de mim. A minha promessa é essa", afirmou Bianchi, durante a sua apresentação oficial.
A seleção angolana de futebol já marcou presença por sete vezes numa fase final da Taça das Nações Africanas (CAN), mas o insucesso desportivo levou a falhar consecutivamente as últimas qualificações, para as edições de 2015 e de 2017, e figurava no final do ano passado no número 143 do ranking da FIFA.
"Pretendo colocar Angola no lugar em que merece, não na situação atual", acrescentou o novo selecionador nacional, que vai assegurar a fase de qualificação para o CAN dos Camarões em 2019.
O presidente da FAF admitiu que o modelo encontrado para o comando da seleção não é o ideal, mas está condicionado pelas dificuldades financeiras e o "passivo herdado" da direção anterior, sem apoio estatal e recorrendo a parceiros privados.
"Podíamos dizer: não há seleção nacional porque não há dinheiro (...) mas nós não paramos, fomos buscar uma solução que achamos ser consentânea com o momento", rematou Artur de Almeida, assumindo que a "nação angolana" quer retomar a projeção internacional do futebol do país.
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