A retoma aos treinos desportivos federados, a partir deste sábado, conforme decreto presidencial, deve ser feita de forma responsável, sob o risco de desvalorização do esforço do Governo, até à data, para combater a propagação da COVID-19.
Esta recomendação é do Director Nacional do Centro de Medicina Desportiva, João Molima, quando reagia à imprensa, em Luanda, sobre o regresso à actividade após paralisação em Março último, na sequência da directiva presidencial de combate à pandemia.
O profissional da saúde lembrou estar o regresso aos treinos sujeito às condições exigidas destacando a testagem, o distanciamento social, a lavagem frequente das mãos e a desinfecção de todo o material desportivo.
Conforme disse, figuram ainda entre as medidas de segurança o uso dos balneários apenas para necessidades fisiológicas (devido as dimensões que não permitem o distanciamento recomendado), prelecções em espaço aberto e a redução do número de integrantes nas equipas de trabalho.
Molima esclareceu terem sido produzidos diplomas que definem as regras observadas em período de treino e de competição em todas as categorias desportivas.
O documento permite a retoma, por exemplo, do escalão sénior com estatuto de regime de alta competição, além de outras categorias que tenham provas internacionais até Março de 2021.
Já as modalidades de luta, consideradas de auto risco de contágio devido o contacto, não retomam ainda tendo ou não compromissos dentro como no exterior do país.
O responsável defende a realização de provas em regime concentrado por uma questão de recursos financeiros, tendo explicado que a realização de dois testes negativos em um grupo fechado é absolutamente confiável.
“Não tendo condições para a opção pelo regime concentrado, nas provas corridas como o Girabola, os clubes terão de testar regularmente, o que seria dispendioso. O recomendável é testar e concentrar para reduzir a possibilidade de contágio e a logística”, reiterou.
Sobre a eventualidade de subvenção dos testes aos desportistas, João Molima entende existir abertura por parte do Estado em continuar a apoiar o desporto.
Referiu ser, em primeira instância, responsabilidade de cada clube realizar os respectivos testes, entretanto, mostrou-se optimista numa eventual ajuda por parte do Estado, apesar de reconhecer existirem outras prioridades comparadas ao desporto.
Indicou que o regulamento de retoma também prevê penalizações aos infractores que passam pela paragem das actividades, atribuição de derrota por falta de comparência e responsabilização do ponto de vista civil.
Em 2018 o número de desportistas no país era de 63.091 praticantes registados segundo um relatório apresentado em 2019 pelo órgão de tutela, durante um Conselho Superior.
Até Julho passado, o Governo angolano gastou 972 mil e 400 dólares norte-americanos na realização de 12 mil e 155 testes aos cidadãos suspeitos de covid-19, desde o inicio da testagem no país, no mês de Março.
Um teste da covid -19 custa cerca de AKz 185 mil numa clínica privada.
Segundo dados da última actualização, Angola soma 3.848 casos positivos, 147 óbitos, 1.443 recuperados e 2.358 activos.
Comentários