Valorant é o novo jogo da Riot Games, o estúdio conhecido pelo universo de League of Legends. E trata-se de um FPS que bebe inspirações diretas em Overwatch da Blizzard e CS: GO da Valve. O jogo está em beta, mas já está a ser elogiado pelos jogadores e profissionais de eSports que já consideram o seu grande potencial competitivo. Por isso, a Riot começou a incentivar a criação de competições profissionais, mesmo com o jogo em beta.
Talvez atrás de boas compensações monetárias, ou por tornar-se pioneiro num jogo que está a dar os primeiros passos, o facto é que muito do talento desportivo começa a mudar-se para a nova tendência. E são vários os jogadores de equipas de topo de Overwatch, CS: GO e Fortnite a mudarem-se para novos projetos, assim como streamers famosos a mudarem as suas agulhas na transmissão de Valorant.
Exemplo disso é a mudança de Jay “sinatraa” Won, atual MVP de Overwatch, que abandonou o seu contrato anual de 150 mil dólares que tinha com a equipa americana Shock, para uma nova carreira profissional em Valorant, na organização Sentinels, sobretudo para fazer streaming e eventualmente competir. Jay Won vai juntar-se a outros dois talentos, desta feita vindos de CS: GO: Shahzeb “ShahZaM” Khan e Hunter “SicK” Mims, com mais de seis anos de carreira profissional no jogo da Valve.
Valorant já “roubou” outros talentos, como Jake “Poach” Brumleve e Harrison "Psalm" Chang de Fortnite e Braxton “swag” Pierce de CS: GO. De considerar que os jogadores estão a sair de uma zona de conforto onde estão no topo dos rankings dos jogos para arriscar novas aventuras. Harrison "Psalm" Chang foi vice-campeão da Fortnite World Cup Finals de 2019, em solos, tendo amealhado 1,8 milhões de dólares, recordando a vitória do jovem de 16 anos Kyle “Bugha” Giersdorf.
Muitos jogadores profissionais de Overwatch tem vindo a queixar-se nas mudanças atuais no jogo, referindo que deixou de ser divertido e de interesse competitivo. A Blizzard está a trabalhar em Overwatch 2, o que poderá dar novo fôlego a um jogo com quase quatro anos.
Segundo apurou a Engadget, a Riot traçou um plano estratégico de divulgação de Valorant, procurando não só grandes vedetas do streaming no Twitch, como grandes streamers com background em shooters, um pouco por todo o mundo, incluindo Portugal. A mecânica de drops, oferecida pela plataforma de streaming, garantiu a possibilidade de os espetadores ganharem acesso à beta do jogo, apenas por estarem a assistir à stream.
Essa estratégia permitiu a Valorant registar valores de assistência na Twitch apenas reservados às grandes finais de competições de eSports. No primeiro dia, os streamers somaram 1,7 milhões de espetadores no Twitch, mais que a final de Fortnite World Cup, que registou 1,69 milhões, e quase tanto como League of Legends, com 1,74 nas partidas do campeonato mundial de 2019. E Valorant já é o jogo com mais horas assistido num único dia na plataforma, como 34 milhões de horas.
De referir ainda que a Riot revelou que não pagou um cêntimo a nenhum streamer para transmitir o seu jogo. Apenas desafiou os mesmos a construir uma nova comunidade de Valorant, válida por muitos anos. Estratégia contrária da Electronic Arts que pagou a grandes nomes para transmitir Apex Legends e a Activision por Call of Duty: Warzone.
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