O jovem de 16 anos Kyle Giersdorf, conhecido como “Bugha”, é um streamer a tempo inteiro de Fortnite e jogador profissional da equipa Sentinels. Vive na Pensilvânia, nos Estados Unidos e destacou-se durante os qualificadores do Fortnite World Cup por ter o melhor ping da competição, o que lhe valeu a qualificação para as finais logo na sua primeira semana.
E este fim-de-semana, nas finais do World Cup que decorreram no estádio Arthur Ashe, em Nova Iorque, o jovem americano levantou a taça de campeão de Solos, disputado este domingo, amealhando o prémio máximo de 3 milhões de dólares, parte do prize pool de 30 milhões disponíveis na competição.
O campeonato do mundo de Fortnite recebeu cerca de 40 milhões de jogadores durante a fase de qualificação, realizado durante 10 semanas nos últimos meses, mas apenas 200 conseguiram o “bilhete dourado” para participar nas finais, oriundos de seis regiões: Estados Unidos (zonas Este e Oeste), Europa, Asia, Oceânia e Brasil, representando mais de 30 países. A grande final de Solos, que decorreu este domingo, foi disputada por 100 jogadores, e no sábado realizou-se o Duos, com 50 duplas em competição.
Relativamente às regras, aplicadas tanto a solos, como duos, os jogadores participaram em seis partidas, amealhando um ponto por cada eliminação e 10 pontos por vencerem a batalha. Para vencer, o jogador teria de somar mais pontos nas seis partidas realizadas.
Bugha conseguiu destacar-se logo na primeira ronda do battle royale, vencendo o jogo com nove eliminações, totalizando 19 pontos. Essa prestação deu-lhe confiança para as rondas seguintes, mantendo a matemática sempre ao seu lado. Embora não tenha vencido mais nenhuma partida, manteve uma prestação elevada, sempre consistente, até à última ronda. Quando tombou dentro do top 10 de sobreviventes na ronda final, manteve-se tranquilo, pois sabia que já era campeão, somando 59 pontos (com 23 eliminações), quase o dobro que o segundo classificado.
Em declarações ao The Guardian, o jovem ciberatleta manifestou alegria, referindo que todo o tempo que investiu no jogo tinha dado frutos.
A idade do jogador foi a média presente no torneio, sendo o mais novo o jovem argentino Thiago “King” Lapp com 13 anos, que ficou em quinto lugar, arrecadando 900 mil dólares. Na tabela de Top 10 há cinco jogadores americanos, quatro deles no topo da lista. Para além do jovem argentino, um sueco, dois franceses e um canadiano, que ficou no décimo lugar amealhou 225 mil dólares.
Cada atleta tinha garantindo 50 mil dólares apenas pela presença nas finais. A competição de Duos foi vencida por Nyhrox e Aqua que repartiram o valor: 1,5 milhões de dólares para cada um.
O prize pool da competição de Fortnite é já considerado o maior prémio oferecido por uma entidade e uma das quantias mais elevadas dentro dos eSports. É apenas superado pelo The International 2019 para DoTA 2, que decorre em agosto, mas este funciona num sistema de crowd funding, tendo neste momento chegado aos 31 milhões de dólares, faltando ainda quase um mês para fechar o valor.
O valor dos prémios tem dado que falar, havendo mesmo o testemunho de pais que sempre foram contra os seus filhos passarem tanto tempo a jogar, mas reconhecendo agora que afinal os prémios amealhados compensaram o “tempo perdido” frente ao PC ou consolas. Segundo um recente relatório realizado pela Newzoo, citado pela BBC, 2019 pode ditar um novo marco no mercado global dos eSports, por ultrapassar pela primeira vez os mil milhões de dólares em receitas, derivados de patrocínios e direitos de transmissão. Os investigadores preveem que a audiência dos desportos eletrónicos cresça para 453,8 milhões durante este ano.
Para ter uma ideia dos 3 milhões que o jovem de 16 anos recebeu, o vencedor da última edição do famoso torneio de ténis de Wimbledon, Novak Djokovic, atual Nº1 do ranking, levou para casa “apenas” 2,35 milhões de libras, ou seja, 2,88 milhões de dólares. É caso para dizer que as grandes ligas de eSports começam a “competir” com os desportos de elite no que diz respeito a somas monetárias…
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