Finalmente é oficial. Rodrigo Hernández quebrou o paradigma de que a Bola de Ouro é um troféu para os goleadores e arrecadou o prémio que o classifica como o melhor jogador do Mundo em 2024.
O médio defensivo espanhol, que joga no Manchester City, destacou-se pela qualidade com que executa todas as funções de um centrocampista e viu ser-lhe atribuída uma distinção mais do que justa.
Quem é Rodri, o cérebro futebolístico?
O mundo do futebol uniu-se e decidiu atribuir este estatuto ao jogador que nasceu em Madrid, há 28 anos, e que sempre utilizou o cérebro, dentro e fora do campo. Desde novo percebeu que a bola podia não ser a única saída e levou o estudos a sério, apesar do talento ser enorme.
À semelhança de muito outros casos, a bola esteve sempre presente na infância, enquanto jogava com os dois irmãos no jardim á beira de casa. O amor por este desporto era demasiado grande, mas ainda teve tempo de experimentar ciclismo, ténis e padel.
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Nenhum destes venceu o futebol e foi assim que começou a carreira em Madrid, mas no Atlético. Por lá fez a formação e deu os primeiros chutos, embora tenha terminado este importante processo formativo no Villarreal, onde se estreou enquanto sénior, em 2015/16.
Só precisou de três temporadas para se destacar e fazer com que os 'colchoneros' o resgatassem, a troco de 20 milhões de euros. Rapidamente se impôs no Wanda Metropolitano e apenas uma época depois o Manchester City investiu 70 milhões de euros no seu passe. Desde então soma 260 jogos, 26 golos e 29 assistências com a camisola azul clara.
Foi a partir daqui que Rodri começou a mostrar o porquê do dinheiro investido e se fixou como um dos melhores do Mundo na sua posição. Normalmente associamos o médio-defensivo a um jogador mais destrutivo, que tem como missão ajudar a defesa a segurar as pontas e ser o primeiro travão no meio-campo.
Sergio Busquets foi o pioneiro a mudar a forma como vemos a posição, mas Rodri acrescentou ainda outras valências. Dono de uma notável leitura de jogo, acrescenta a isso uma qualidade de passe que está ao alcance de poucos.
Defensivamente é muito sólido e parece estar sempre no sítio certo, quer para travar os ataques adversários como para ser o primeiro municiador do jogo ofensivo e dizer à equipas quais os 'timings' para atacar e defender.
Como se isto não fosse suficiente para ser Bola de Ouro, ainda consegue ser um médio defensivo que ganhou chegada à área e até já fez vários golos decisivos.
O espanhol atingiu o apogeu neste verão, uma vez que após a conquista da Liga dos Campeões (e a Liga das Nações), em 2022/23, venceu o Campeonato da Europa 2024, sendo escolhido como o melhor jogador do torneio. Em termos de personalidade, já mostrou ser um líder nato, como foi possível observar pelo documentário sobre o Manchester City e pelo facto de envergar a braçadeira de capitão, tanto no clube como na seleção espanhola, em diversas ocasiões.
Agora além de já ser considerado pelas pessoas como um dos grande jogadores da história dos 'cityzens' e de Espanha, teve a confirmação oficial e física, com a conquista desta Bola de Ouro. Uma atribuição que muda a forma como o prémio é atribuído, uma vez que durante 15 anos Cristiano Ronaldo e Lionel Messi deram poucas hipóteses aos outros de a vencer.
Além disso, é o primeiro jogador defensivo a vencer o prémio, desde que o antigo central Fabio Canavarro o conseguiu, em 2006, mostrando ao Mundo que defender também é uma arte. Parabéns Rodri!
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