Os advogados do Benfica referiram hoje que o processo em que a SAD e membros do Conselho de Administração do mandato 2016-2020 foram constituídos arguidos está em “segredo de justiça” e que a divulgação “pode constituir ilícito criminal”.
“Cabe deixar inequívoco que – além dos deveres deontológicos a que estamos adstritos – temos a informação de que o processo se encontra sujeito a segredo de justiça dito externo, pelo que não podemos, e em qualquer caso não quereríamos pela mesma razão, divulgar atos processuais”, explica o comunicado enviado hoje à agência Lusa, assinado pelos advogados João Medeiros, Paulo Saragoça da Mata e Rui Patrício.
Os causídicos salientam que têm sido questionados pela comunicação social sobre o conteúdo do processo, desde que foi “sabido por terceiros”, que os advogados julgam “estranhos ao processo e com base em fonte que desconhecem” sobre o deferimento para a “requerida consulta”.
No final de janeiro, durante as alegações finais do processo dos ‘emails’, Nuno Brandão, advogado de Francisco J. Marques, afirmou que causídicos ligados ao FC Porto já tinham consultado o processo, o que surpreendeu os representantes dos ‘encarnados’.
Alguns dados alegadamente referentes à acusação foram também já divulgados na comunicação social.
No comunicado enviado à Lusa, os advogados do Benfica reafirmam hoje que não podem divulgar atos processuais e acrescentam que essa divulgação pode “constituir ilícito criminal, independentemente de ter havido ou não por parte do infrator contacto com o processo”.
O clube confirmou que a Benfica SAD e membros do Conselho de Administração do mandato 2016-2020 que ainda se encontram atualmente em funções foram constituídos arguidos no dia 03 de janeiro.
A confirmação surgiu depois de o Diário de Notícias avançar que, “em causa, supostamente, estará um processo em que se investigam os crimes emergentes dos emails pirateados ao Benfica e onde foram juntos outros processos, como o dos 'vouchers' e o ‘mala ciao’".
De acordo com o DN, os arguidos são Rui Costa, atual presidente do clube, Domingos Soares Oliveira, Luís Filipe Vieira, José Eduardo Moniz e Nuno Gaioso Ribeiro, todos eles administradores, ou ex-administradores, da sociedade benfiquista.
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