A concelhia de Leiria do PCP manifestou-se hoje contra a possibilidade de o terminal rodoviário da cidade ser deslocalizado para a zona desportiva, considerando que este espaço deve servir a prática do desporto.
“A Comissão Concelhia de Leiria do PCP opõe-se decididamente a nova ocupação da zona desportiva com equipamentos não desportivos. A zona desportiva deve servir a prática do desporto, com a instalação de equipamentos desportivos que Leiria precisa, incluindo o já previsto pavilhão de desportos”, referiu aquele partido, através de um comunicado enviado à agência Lusa.
O novo terminal rodoviário pode vir a ser construído na zona desportiva, junto às piscinas municipais de Leiria, segundo um estudo pedido pela Câmara de Leiria (PS).
O estudo, apresentado a semana passada, em reunião do executivo municipal, apontou três locais como possíveis hipóteses para a deslocalização do atual terminal rodoviário, que se encontra no centro da cidade e cujo edifício está em processo de venda.
No entanto, indicou a zona desportiva como a hipótese mais favorável para a Central Coordenadora de Transportes, nomeadamente a localização, junto à piscina municipal, uma vez que permitiria controlar o tráfego, mesmo com a realização de eventos junto à zona desportiva.
Na reunião, o presidente da Câmara de Leiria, Gonçalo Lopes, afirmou que os terrenos junto ao estádio são da autarquia, pelo que, em termos de viabilidade económica, é “uma vantagem”.
O PCP fez saber que, ao contrário do que foi defendido na reunião de Câmara, “não há condições para implantar uma infraestrutura com a natureza de estação rodoviária na zona desportiva”, realçando que “a visão do PS de cumprir com parâmetros mínimos e de que tudo pode ser lá implantado” mostra a sua “miopia política e estratégica” em matérias estruturais do desenvolvimento de Leiria.
De acordo com o PCP, “aqueles terrenos foram expropriados e doados para construção de uma zona desportiva”, frisando que, “no quadro do projeto do Euro 2004, a Assembleia Municipal de Leiria, perante o perigo real de desafetação parcial da finalidade desportiva, decidiu por unanimidade, portanto também com os votos do PS, que aquela era uma zona desportiva, aliás consagrada no PDM [Plano Diretor Municipal], que não devia ter outros usos que não esses, com exceção dos usos que viessem a ser dados ao edifício do topo norte do estádio”.
“É por este compromisso que o PCP continua coerentemente a bater-se”, garantiu o partido.
A concelhia comunista observou ainda que “a saída da estação rodoviária do local onde se encontra há dezenas de anos vai provocar um abalo estrutural na economia do centro da cidade com efeitos duradouros por muitos anos”, e condenou a decisão do município “de não ter estudado os potenciais efeitos económicos e sociais que tal alteração vai provocar”.
“O PCP está aberto a considerar a possibilidade de uma nova solução exclusivamente para o serviço da rede de expressos, considerando a sua articulação com a rede de caminho-de-ferro”, adiantou, notando que “a estação rodoviária só sairá do seu local atual se a Câmara Municipal de Leiria ceder aos interesses imobiliários, como parece ter sido o caso”.
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