Para tentar ajudar os adeptos e sócios portistas a decidirem, o SAPO Desporto obteve junto das três candidaturas algumas respostas relativas a questões pertinentes da vida do FC Porto. Pinto da Costa, André Villas-Boas e Nuno Lobo acederam ao repto e tentaram esclarecer os sócios e adeptos dos dragões.

Nuno Lobo é o candidato pela Lista C à presidência do FC Porto e, no próximo dia 27 de abril, vai a eleições para tentar mudar o rumo do emblema azul e branco. O líder da "Sim, Somos Porto" considera que uma gestão financeira dos dragões é a grande prioridade caso seja eleito.

"O Clube está a fazer uma gestão de “dia-a-dia” e à vista, com uma capacidade muito limitada para investir na equipa de futebol, dependendo a sua atividade (excessivamente) da concretização de receita extraordinária para poder afrontar o enorme passivo de que é devedor. De uma forma simplista podemos aferir que o FC Porto tem de ter ingressos na ordem dos 750 milhões de euros nos próximos 4 anos (à razão de 80M€ x 4 anos, correspondente ao orçamento sem compras de jogadores, acrescido do passivo e dos encargos financeiros sobre a dívida). Assumindo a participação na Liga dos Campeões, e que tal venha a permitir um encaixe anual por época de 60 M€ - sendo que na próxima época este valor terá de vir da Liga Europa e da participação no Mundial de Clubes – poderão ser obtidos mais 240 M€ nas 4 próximas épocas. Ainda assim ficam a faltar cerca de 270 M€ para equilibrar as contas", começou por explicar Nuno Lobo.

Em 2020 já foi candidato e reuniu cerca de 4,90% dos votos, mas nestas eleições o primeiro objetivo passa por tentar fazer crescer este número. No entanto, o líder da Lista C acredita que não está a correr com as mesmas condições dos adversário, Pinto da Costa e André Villas-Boas.

"Concorro contra dois candidatos que dispõem de poder financeiro e protagonismo mediático incomensuravelmente superior aos meios de que esta candidatura dispõe. A nossa candidatura tem exclusivamente o apoio financeiro dos membros que a integram, não dispondo de quaisquer outras receitas. Essa realidade influencia diretamente a nossa
campanha que tem sido feita sócio a sócio e percorrendo as diversas casas do FCP", começou por dizer antes de revelar que o 'feedback' tem sido muito positivo.

"Mas esses obstáculos só alimentam a nossa força, a nossa energia e a nossa vontade de vencer pelo Futebol Clube do Porto. Temos sentido em vários momentos deste percurso o apoio de muitos sócios anónimos, que nos partilham as suas deceções, exprimem os seus desejos e aquilo que querem para o nosso clube", assumiu.

A luta pela vitória está em aberto, mas Nuno Lobo assume que, "seja qual for o resultado", vai por sempre os interesses do FC Porto em primeiro lugar. "Sentimo-nos completamente preparados para assumir o clube, mas não antecipamos cenários, garantindo apenas que, seja qual for o resultado, esta candidatura estará sempre disponível para em qualquer momento colaborar na defesa dos superiores interesses do Futebol Clube do Porto. O objetivo será sempre construir um Porto mais forte, integrado por todos", concluiu o dirigente.