O Ministério Público pediu hoje pena máxima para os três principais suspeitos da morte de um adepto do FC Porto em 2022, salientando a natureza “vil e mesquinha” do ataque e a falta de “pingo de remorsos” dos arguidos.
Nas alegações finais, que decorrem hoje o tribunal de S. João Novo, no Porto, a procuradora do MP fez um relato daquilo a que chamou “uma morte anunciada”, realçando o “ataque em matilha” de que Igor Silva foi alvo.
Revistos os factos que o MP deu como provados, a procuradora pediu pena máxima para os arguidos Marco Gonçalves, conhecido como ‘Orelhas’, Renato Gonçalves e Paulo Cardoso (pai, filho e tio), e uma pena “muito próxima” para Diogo Meireles.
Quanto aos arguidos Miguel Pereira, Sérgio Machado e Rui Costa, o MP pediu “penas exemplares” e para as restantes arguidas, entre as quais duas familiares de Marco e Renato Gonçalves, julgadas por ofensas à integridade física de uma jovem, a procuradora pediu penas de prisão efetiva, sem as quantificar.
Os arguidos Renato Gonçalves, Marco Gonçalves e Paulo Cardoso, Diogo Meireles, Miguel Pereira, Rui Costa e Sérgio Machado começaram a ser julgados em fevereiro, acusados de matar um adepto junto ao Estádio do Dragão, durante os festejos do título de campeão nacional, a 08 de maio de 2022. Um outro, inicialmente indiciado pelo mesmo crime e despronunciado na fase de instrução, responde por um crime de ameaça.
Com 28 testemunhas arroladas, o julgamento teve ainda mais quatro arguidos, três dos quais acusados de ofensas à integridade física de uma jovem e um de detenção de arma proibida.
Este julgamento tem sete arguidos acusados de homicídio qualificado, três de ofensas à integridade física de uma jovem e um de detenção de arma proibida.
Segundo a acusação, consultada pela Lusa, desde o início de 2022 que cinco dos 11 arguidos, três dos quais acusados de homicídio qualificado, mantinham um clima de conflito com a vítima motivado por agressões entre eles e familiares.
A 08 de maio de 2022, cerca das 02:00, durante os festejos do título de campeão nacional de futebol conquistado pelo FC Porto, alguns dos arguidos envolveram-se numa acesa troca de palavras com a vítima mortal, junto ao Estádio do Dragão, sustenta.
Acrescenta ainda a acusação que, motivados por um desejo de vingança, alguns dos suspeitos perseguiram, manietaram e agrediram Igor Silva com o propósito de lhe tirar a vida, agredindo-o a socos, murros e pontapés e usando uma faca com uma lâmina de cerca de 15 a 20 centímetros.
Nessa sequência, a vítima mortal foi esfaqueada várias vezes em diferentes partes do corpo e, apesar de ainda ter sido transportada para o Centro Hospitalar Universitário de São João, no Porto, acabou por morrer, refere.
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