O vice-presidente do Mecanismo Nacional Anticorrupção (MENAC) considerou “essencial” o protocolo assinado hoje com o Comité Olímpico de Portugal (COP), estimando que o desporto é um setor fundamental para “prevenir os riscos de corrupção”.

“O MENAC tem por missão a promoção da transparência da integridade na ação pública e a garantia da efetividade de políticas de prevenção da corrupção e de infrações conexas. Nesse âmbito, não podemos deixar esquecer o setor do desporto como um setor essencial para prevenir os riscos de corrupção”, declarou.

Olívio Mota Amador discursava na cerimónia de assinatura do protocolo entre o COP e a entidade anticorrupção, que decorreu hoje na sede do organismo olímpico.

“Este protocolo que hoje iremos aqui assinar é essencial para permitir a realização e a abertura de um conjunto de iniciativas de formação, não só no âmbito da concretização da efetividade do Regime Geral de Prevenção da Corrupção, como também do Regime Geral de Proteção dos Denunciantes de Infrações”, notou.

Para o vice-presidente do MENAC, a parceria permitirá também “abrir campo a uma colaboração noutros domínios”, nomeadamente integrando iniciativas específicas relativamente ao desporto no “mês de anticorrupção” (dezembro).

“Formulo votos para que seja o primeiro passo num caminho de profunda e de profícua colaboração em prol da salvaguarda de valores essenciais”, concluiu.

Já o presidente do COP defendeu que no desporto, “onde a competição cada vez se torna mais dura, mais difícil”, é necessário ter “muita força moral para lutar contra tudo aquilo que, de um momento para o outro, pode desequilibrar o atleta”.

“Sabemos que o desporto é e deve ser, para o homem, fruto de uma educação, de fair-play, de integridade, de defesa da honestidade, da lealdade pelos seus adversários. Não há medalha que não tenha verso e o reverso traz, muitas vezes, a corrupção, traz o doping, tantas coisas que urge não meter a cabeça na areia e lutar contra”, vincou.

Esta colaboração com o MENAC é “um grande prazer”, para Artur Lopes. “A todos os níveis, os desportistas, os treinadores, os dirigentes, tudo o que é o fenómeno desportivo deve, de facto, ter esta luta sempre bem acesa, porque, caso contrário, cair-se-á rapidamente naquilo que nós não queremos”, pontuou.

Para o máximo dirigente desportivo nacional, este protocolo servirá também para divulgar até a nível internacional que em Portugal se luta contra a corrupção.

“E se quer um Portugal a nível desportivo, mas não só cada vez mais limpo, mais puro, mais transparente, mais humano, mas também mais voltado para o futuro, um futuro livre, limpo”, terminou.