O título da NBA conquistado por Neemias Queta é um sonho tornado realidade para o basquetebolista português, disse à Lusa o selecionador nacional, mostrando-se convicto de que o jogador vai ter um espaço relevante na Liga norte-americana.

“Será importante, fundamentalmente, para ele e para o futuro dele, mas será importante também para o basquetebol português no seu todo. É um sonho que se torna realidade, em primeiro lugar para o Neemias, mas muito importante também para o basquetebol português, que eu espero que gere uma onda de entusiasmo totalmente justificada”, afirmou Mário Gomes, sobre a conquista do poste internacional português.

Neemias Queta sagrou-se, aos 24 anos, campeão da NBA pelos Boston Celtics na sua primeira época ao serviço da equipa de Massachusetts e à terceira temporada na competição, em que foi o primeiro basquetebolista luso a jogar, quando foi escolhido no draft pelos Sacramento Kings, em 2021.

Apesar de ter somado poucos minutos em apenas três jogos nos play-offs, um deles na final da edição 2023/24, em que os Celtics derrotaram os Dallas Mavericks por 4-1, o selecionador ressalvou à Lusa que o seu papel era o de jogador de rotação para quando a equipa precisasse.

Ainda assim, Neemias teve “um papel importante”, porque, “às vezes, o contributo daqueles que jogam menos é tão importante como o contributo dos que jogam mais”, sendo certo, lembrou, que as suas prestações na fase regular garantiram a assinatura de um contrato ‘standard’, permitindo-lhe ser opção na fase a eliminar da competição.

“Certamente que eles estão satisfeitos com o trabalho do Neemias e as coisas vão acontecer naturalmente”, referiu Mário Gomes, convicto de que os Boston Celtics, “um dos dois principais clubes da NBA, só equiparável” aos Los Angeles Lakers, contam com o poste português para o futuro.

O selecionador disse acreditar que o internacional português “vai conseguir ter um papel mais relevante do que tem neste momento na NBA”, sublinhando: “Ele vai saber dar tempo ao tempo, vai saber aproveitar as oportunidades que tiver e vai ser um jogador, estou convencido, com o seu espaço e com um espaço relevante na NBA”.

Mário Gomes recordou o momento em que conheceu o então adolescente Neemias Queta e da certeza que teve de que o jogador português “iria chegar à NBA” a partir do momento em que traçou essa meta.

“Além das características físicas e morfológicas que tem, é alguém com a mentalidade e o caráter certos para atingir os objetivos a que se propõe”, sustentou, acrescentando que soube “dar os passos certos nas alturas apropriadas”, incluindo a passagem de três anos pela Universidade de Utah State, que não encurtou apesar de muito pressionado para isso.

O selecionador português vincou que, “pelo jogador que é, e acima de tudo pela pessoa que é”, Neemias Queta “merece ter toda a sorte do mundo”.

“Mas só no dicionário é que a sorte vem antes do trabalho. Ele trabalhou muito para chegar onde está agora e portanto, para mim, a partir do momento em que as condições se começaram a conjugar, não é uma surpresa. Há muito mérito dele”, ressalvou.

O título de campeão da NBA da Neemias, argumentou ainda o selecionador, terá um impacto na fidelização de mais jovens jogadores à modalidade, “porque acreditarão que é possível cumprir sonhos”.

“Porque até há pouco tempo era uma miragem ter um jogador na NBA, e era uma miragem ainda maior ter um jogador integrado numa equipa campeã. Isso são sonhos que se concretizam e que alimentam outros sonhos”, concluiu Mário Gomes.