José Manuel Constantino foi hoje recordado na sessão de abertura da assembleia geral da Associação dos Comités Olímpicos Nacionais (ANOC), com a família do falecido presidente do Comité Olímpico de Portugal a receber um troféu da secretária-geral do organismo.
“A sua liderança visionária e o seu compromisso para com o desporto em Portugal deixaram uma marca indelével na comunidade desportiva do país. O legado de Constantino vai continuar a inspirar gerações de atletas, treinadores e adeptos”, destacou a secretária-geral da ANOC.
Num momento de homenagem a membros do movimento olímpico que morreram desde a última reunião da ANOC, Gunilla Lindberg entregou à mulher, filhos e neto de José Manuel Constantino um troféu, enaltecendo “as contribuições notáveis para o desenvolvimento do desporto português” deixadas pelo homem que presidiu ao Comité Olímpico de Portugal (COP) desde 2013.
José Manuel Constantino morreu em 11 de agosto, aos 74 anos, vítima de doença prolongada, poucos dias depois de ter acompanhado a Missão portuguesa em Paris2024, com a notícia da sua morte a ser conhecida durante a cerimónia de encerramento dos Jogos da capital francesa.
“Gostaria de recordar José Manuel Constantino, o presidente histórico do COP, que nos deixou em agosto, depois de uma vida exemplar consagrada ao desporto e ao espírito olímpico. O facto de esta assembleia geral decorrer em Portugal é igualmente uma homenagem merecida que prestamos todos à sua brilhante carreira”, enalteceu o presidente da Assembleia da República.
José Pedro Aguiar-Branco discursava na abertura da assembleia geral da ANOC, que decorre até sexta-feira do Centro de Congressos do Estoril, com a sua intervenção a abordar a importância do desporto olímpico no mundo atual.
“O mundo precisa mais do que nunca do desporto olímpico. Todos necessitamos do espírito olímpico, com a sua mensagem de esforço e superação pessoal, mas também de paz e reconciliação, no respeito das regras e do adversário”, enumerou, depois de notar que Portugal tem “as condições ideais” para acolher a importante reunião.
Antes do discurso do presidente da Assembleia da República, já o atual presidente do COP, Artur Lopes, tinha enaltecido o papel que o olimpismo pode desempenhar na sociedade.
“O desporto e o olimpismo desempenham um papel crucial na união entre povos, na promoção da paz e na resolução de conflitos éticos. Num mundo que enfrenta enormes desafios e a ameaças crescentes, a capacidade do desporto para unir as comunidades e favorecer o respeito mútuo é mais importante do que nunca”, defendeu.
Numa assembleia geral que analisará os Jogos Olímpicos Paris2024, mas que também permitirá aos membros da ANOC refletir sobre os futuros e sobre os desafios que ele trará, segundo Artur Lopes é vital que os dirigentes presentes no Centro de Congressos do Estoril se empenhem “em promover um desporto limpo, justo e inclusivo”.
“Os Jogos de Paris foram um verdadeiro testemunho do que é o espírito olímpico, sublinhando a importância da união dos atletas, do público e da cidade. No entanto, não podemos descurar desafios persistentes no que concerne a integridade do desporto, a luta contra a corrupção, a dopagem e outras práticas contrárias à ética, essenciais para garantir a confiança do público e o respeito das regras do jogo”, vincou.
Para o presidente do COP, o futuro dos Jogos Olímpicos é “promissor”, sobretudo com a proximidade de Los Angeles2028.
“Nessa edição, teremos a oportunidade de celebrar a excelência desportiva, mas também de abordar questões criticas. Devemos ser líderes na promoção de práticas duradouras que assegurem que os Jogos deixarão uma herança positiva, não apenas aos atletas, mas a todo o planeta”, sustentou, mencionando a emergência da inteligência artificial, “uma ferramenta poderosa que pode revolucionar a forma de interagir com os públicos”, mas também ajudar “a recuperar a memória e preservar a história do movimento olímpico”.
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