Thomas Bach enalteceu hoje o legado de José Manuel Constantino, destacando o impacto duradouro do falecido presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP) no desporto nacional, mas também o seu papel como “um fabuloso embaixador do olimpismo”.
“Reunimo-nos hoje para honrar e recordar José Manuel Constantino, um homem cuja liderança e dedicação ao desporto português e ao movimento olímpico de Portugal era profunda. Ao longo dos anos, como presidente do COP, José Manuel teve um impacto duradouro no ambiente desportivo nacional e era ao mesmo tempo um fabuloso embaixador do olimpismo”, evidenciou o presidente do Comité Olímpico Internacional.
Thomas Bach discursava na sede do COP, em Lisboa, numa cerimónia de homenagem a José Manuel Constantino, que morreu em 11 de agosto, último dia dos Jogos Olímpicos Paris2024, e que hoje foi agraciado a título póstumo com o Troféu do Presidente do COI, um prestigioso prémio para colaboradores internacionais do movimento olímpico.
“Um dos seus maiores feitos foi guiar Portugal às suas melhores prestações em Jogos Olímpicos […] mas também a dedicação a apoiar atletas, de assegurar que tinham recursos e oportunidades de competir ao mais alto nível. No entanto, a sua contribuição não se resume a medalhas e sucesso desportivo. Sob a sua liderança, o COP deu passos significativos na direção dos valores do movimento olímpico”, pontuou.
O presidente do COI recordou as iniciativas de Constantino para promover a paridade, a preservação da herança desportiva portuguesa e transmitir os valores olímpicos a gerações jovens, que serão responsáveis por assegurar o futuro do desporto nacional.
“É graças ao seu espírito de colaboração e generosidade que estamos aqui para a assembleia da Associação dos Comités Olímpicos Nacionais (ANOC). O seu desejo de reunir a comunidade desportiva global nunca foi sobre reconhecimento pessoal, mas sim para promover a união, partilhar conhecimento, e apoiar o desenvolvimento do desporto em todo o mundo”, notou.
Em Portugal para participar na Assembleia Geral da ANOC, que decorre entre hoje e sexta-feira em Cascais e no Estoril, Bach defendeu que o país acolher esta reunião demonstra o “profundo empenho em ajudar outros e promover a evolução do movimento olímpico” de Constantino, um “respeitável académico” cujo compromisso para o desenvolvimento desportivo “ultrapassou as fronteiras de Portugal”.
“A morte dele durante os Jogos Olímpicos Paris2024 foi uma profunda perda para o mundo inteiro e comunidade desportivo. Ainda assim, a sua liderança e os seus valores continuarão a guiar-nos. Hoje, recordamo-lo com profunda gratidão por tudo o que deu ao desporto português e ao olimpismo. Toda a sua vida promoveu os valores olímpicos como imaginados pelo nosso fundador, Pierre de Coubertin, e deixou um grande exemplo a todos”, concluiu.
Sob o olhar do atual presidente do COP, Artur Lopes, do secretário de Estado do Desporto, Pedro Dias, e de vários dirigentes federativos, Thomas Bach entregou o Troféu do Presidente do COI à família de José Manuel Constantino, que presidia ao COP desde 26 de março de 2013 e morreu em 11 de agosto, aos 74 anos, vítima de doença prolongada, poucos dias depois de ter acompanhado a Missão portuguesa em Paris2024.
Liderou o organismo olímpico nas duas melhores missões de Portugal em Jogos, com a conquista de quatro medalhas em Tóquio2020 e Paris2024, depois da estreia no Rio2016.
Antes, presidiu ao Instituto de Desporto de Portugal e à Confederação de Desporto de Portugal. Autor de livros e artigos publicados sobre desporto, era considerado um dos grandes pensadores sobre o fenómeno em Portugal, algo que foi reconhecido com os títulos de Doutor Honoris Causa pela Universidade do Porto, em 2016, e pela Universidade de Lisboa, em 2023.
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