Um golo de Toni Martínez, no último minuto de descontos, garantiu ao FC Porto um triunfo suado na receção ao Santa Clara, por 2-1, que lhe permite encurtar a distância para o Sporting para sete pontos, de forma provisória. À semelhança do que aconteceu na receção ao Boavista (2-2), a poucos dias de iniciar os oitavos de final da Champions, a equipa de Sérgio Conceição voltou a revelar dificuldades na antecâmara de mais uma eliminatória europeia, tendo pela frente um adversário muito organizado.

A solução acabaria por vir do banco, com Corona a cruzar e Toni Martínez a resolver de cabeça um jogo que estava complicado para os 'azuis e brancos', depois de Carlos Júnior, aos 56 minutos, ter restabelecido o empate para o Santa Clara, de grande penalidade, respondendo ao tento de Sérgio Oliveira (49'), também de penálti.

Sérgio Conceição mudou três peças em relação ao último onze, com as entradas de Diogo Leite, Nanu e Luis Díaz para os lugares de Mbemba, Zaidu e Corona, que vinham desgastados das seleções. Sem Fábio Cardoso nem Allano, a cumprirem castigo, ou mesmo Anderson Carvalho, que se ressentiu de problemas físicos, o Santa Clara fez-se valer da força coletiva para encher o campo e pressionar a saída de bola do FC Porto. E logo aos oito minutos, Carlos Júnior desviou a bola para o fundo das redes, mas estava em posição irregular.

Já os 'dragões' mostravam-se pouco agressivos no ataque, alternando jogadas previsíveis com uma ou outra ameaça vinda de longe, pelo suspeito do costume - Sérgio Oliveira, pois claro. Marega, com um cruzamento traiçoeiro, obrigou Marco Pereira a uma defesa apertada, e na resposta Nené (26') apareceu sozinho ao segundo poste para uma grande oportunidade salva por Marchesín.

O segundo tempo arrancou praticamente com o golo portista. Otávio isolou Taremi, com o iraniano a ser derrubado na área pelo guardião do Santa Clara, e Sérgio Oliveira fez o 1-0 (12º golo na I Liga). Era o momento perfeito para o dragão respirar de alívio, mas um desentendimento entre Pepe e Marchesín, aos 55 minutos, obrigou Diogo Leite a travar Lincoln. Carlos Júnior converteu o castigo máximo e restabeleceu a igualdade no marcador.

O FC Porto intensificou a pressão com as entradas de Corona, Fábio Vieira e, pouco depois, de Francisco Conceição, mas o desacerto da equipa deixava antever mais um empate pré-Champions. Ao minuto 70, Fábio Vieira viu o seu remate desviado para canto por Villanueva, e aos 83' foi Taremi a falhar o desvio à boca da baliza, após cruzamento perigoso de Corona.

Foi já no último lance dos descontos que Toni Martínez, lançado aos 86' para o lugar do iraniano, fez o FC Porto suspirar de alívio: numa jogada de insistência, Corona voltou a tirar um passe vindo da esquerda e o avançado espanhol, no coração da grande área, cabeceou para o 2-1 final.

O momento

Golo de Toni Martínez aos 90+5': Quando nada o fazia prever, dois homens saídos do banco resgataram a vitória portista no último suspiro. Jesús Corona tirou o cruzamento e Toni Martínez cabeceou para o fundo das redes, oferecendo três preciosos pontos ao FC Porto.

O melhor

Toni Martínez: O avançado ex-Famalicão jogou menos de 10 minutos (entrou aos 86'), mas foi o suficiente para decidir a partida com um cabeceamento certeiro e oferecer a vitória ao FC Porto.

O pior

Primeira parte do FC Porto: Ao intervalo, o campeão nacional contabilizava apenas dois remates à baliza (tal como o Santa Clara), o que diz muito da qualidade exibicional no primeiro tempo: jogadas de ataque previsíveis, maus cruzamentos e alguma dependência da meia distância de Sérgio Oliveira.

Sérgio Conceição: "A nossa Champions era este jogo, não atiramos a toalha ao chão"

Daniel Ramos: "Saímos de cabeça erguida, é duro mas é preferível assim"

Toni Martínez: "O golo é mérito do trabalho da equipa"

Lincoln: "Metemos a bola no chão frente a uma equipa muito qualificada"