O Benfica garantiu com distinção a passagem à fase de grupos da Liga dos Campeões com uma goleada em Salónica sobre o PAOK por 4-1. O conjunto 'encarnado' entrou mal no jogo, sofreu um golo aos 13' minutos, mas conseguiu dar a volta ao marcador e antes do intervalo já vencia confortavelmente por 3-1. No início da segunda parte, Salvio 'bisou' na partida de grande penalidade e sentenciou a eliminatória. Vlachodimos brilhou entre os postes em momentos decisivos no jogo e 'amparou' a equipa de Rui Vitória para uma vitória categórica num ambiente infernal.

Pelo nono ano consecutivo, o Benfica vai marcar presença na fase de grupos da Liga dos Campeões depois de vencer o PAOK de Salónica na passada quarta-feira por 4-1 no jogo da segunda mão do playoff e arrecadar 43 milhões de euros.

Depois do empate em Lisboa a 1-1, a equipa de Rui Vitória estava obrigada a marcar em Salónica. O PAOK foi mais eficaz no jogo da primeira mão e em casa procurou desde o apito inicial abrir o marcador. Empurrados pelo ambiente 'infernal' do Estádio Toumba, as 'águias bicéfalas do norte' criaram muitas dificuldades ao Benfica e chegaram ao golo inaugural logo aos 13' minutos. Aleksandar Prijovic fez o 1-0 aos 13' minutos depois de uma excelente jogada colectiva do PAOK que culminou com o remate do ponta de lança sérvio.

Com Salvio e Seferovic no onze inicial em Salónica, o Benfica demorou alguns minutos a adaptar-se ao ambiente adverso que Rui Vitória tinha desvalorizado na véspera do jogo. O meio-campo dos 'encarnados' não estava a conseguir impor-se com Gedson e Fejsa a não conseguir segurar a bola perante a forte pressão dos jogadores do PAOK, com o brasileiro Maurício em destaque.

Debaixo de um 'ambiente infernal' com 28 mil gregos a cantar constantemente, o Benfica conseguiu empatar o jogo, e a eliminatória, num lance de bola parada aos 20' minutos. Pizzi na cobrança de um pontapé de canto assistiu Jardel nas alturas para o 1-1. O capitão do Benfica veio de trás, saltou mais alto, e de cabeça fez um golo crucial para as aspirações dos 'encarnados'.

A equipa do PAOK pareceu afectada com o golo dos 'visitantes' e quatro minutos depois a forte pressão do Benfica obrigou Fernando Varela a fazer um atraso para o guarda-redes do PAOK. Na tentativa de evitar a saída de bola para canto, Paschalakis acabou por permitir a recuperação de bola a Cervi. O extremo argentino procurou ganhar espaço para assistir um colega e acabou por ser derrubado na área por Paschalakis. Chamado à conversão do castigo máximo, Salvio não tremeu e atirou para o 2-1.

Com dois golos marcados em Salónica aos 26' minutos, o Benfica garantia assim uma importante vantagem num ambiente adverso, o que obrigava o PAOK a marcar três golos para seguir em frente na Liga dos Campeões. Depois de uma forte entrada no jogo, a equipa grega ressentiu-se dos dois golos marcados em menos de cinco minutos, e só voltaria a criar perigo junto à baliza de Vlachodimos aos 35' minutos num cabeceamento de Varela. O PAOK esteve muito perto de empatar o jogo e relançar a eliminatória nesse lance, mas a defesa do 'outro mundo' do guarda-redes grego do Benfica segurou a vantagem. Uma intervenção que quase valeu 43 milhões de euros.

Antes do intervalo, o Benfica voltaria a marcar em Salónica numa excelente jogada colectiva finalizada com classe por Pizzi aos 41' minutos. Numa transição colectiva de elevado nível pelo corredor esquerdo, o Benfica chegou à área do PAOK com uma sequência de passes curtos. Cervi cruzou para o centro onde surgiu Pizzi à entrada da área. Seferovic 'arrastou' os centrais do PAOK e o número 21 da Luz atirou rasteiro e colocado para o 3-1.

Depois de uma entrada complicada no jogo, o Benfica chegava ao intervalo a vencer por 3-1. O PAOK estava assim obrigado a marcar três golos para passar para a frente da eliminatória. Apesar de ter mais posse de bola na primeira parte (52%), a formação grega foi impotente para travar a eficácia do Benfica que em cinco tentativas de remate, quatro delas enquadradas, fez três golos. No final da primeira parte, Pizzi era o jogador em destaque do lado do Benfica com uma assistência e um golo, para além de um registo extremamente positivo ao nível da eficácia de passe com 19 passes concluídos em 21 tentativas.

No segundo tempo, o Benfica entrou determinado em 'matar' a eliminatória e logo aos 53' minutos ampliou a vantagem para 4-1 na conversão de uma grande penalidade por intermédio de Salvio. Jardel foi derrubado na área do PAOK e o árbitro alemão Felix Brych não teve dúvidas em assinalar o castigo máximo. Chamado à conversão do castigo máximo, o internacional argentino atirou para o fundo das redes, com alguma sorte à mistura, uma vez que Paschalakis ainda tocou no esférico.

A vencer por 4-1 em Salónica, a equipa de Rui Vitória não teve mais problemas em gerir a vantagem. Mesmo a perder, os adeptos do PAOK foram incansáveis a moldar o ambiente infernal do Estádio de Toumba. Com uma vantagem tão dilatada e a jogar no seu habitual 4x3x3, o Benfica acabou por dominar as operações. As transições de bola pareciam sair com facilidade e o facto do PAOK estar posicionalmente mais avançado no terreno acabou por facilitar as tarefas defensivas da equipa de Rui Vitória. Apesar do balanceamento ofensivo da formação grega, os 'encarnados' souberam anular bem o adversário que com o passar do tempo parecia cada vez menos intenso.

Com o cronómetro a caminhar para o final, a tarefa do PAOK parecia cada vez mais impossível, especialmente a partir dos 76' minutos com a expulsão de Léo Matos por acumulação de cartões amarelos. O PAOK ia perdendo 'gás' nas movimentações ofensivas e parecia que o Benfica a qualquer momento poderia fazer o 5-1.

Mesmo no final do jogo, Odysseas Vlachodimos negou o golo do PAOK em duas ocasiões, e com duas excelentes intervenções. Primeiro por intermédio de Pelkas. O médio do PAOK surgiu na área do Benfica foi até à linha de fundo sempre sob pressão do guardião 'encarnado' e rematou quase sem ângulo para uma defesa de raspão de Vlachodimos com a bola a sair muito perto do segundo poste. Minutos depois, o guarda-redes do Benfica voltou a fazer uma enorme defesa na sequência de um cruzamento de Warda para Shakhov cabecear nas costas de André Almeida. A bola parecia que ia para dentro da baliza, mas os 'instintos felinos' de Vlachodimos voltaram a negar o golo ao PAOK.

O jogo terminou com uma vitória concludente do Benfica por 4-1 que assim garantiu a nona presença consecutiva na fase de grupos da Liga dos Campeões e um 'prémio' de 43 milhões de euros. A equipa de Rui Vitória conseguiu ultrapassar o 'inferno de Salónica' depois de um arranque 'tremido', mas provou ser uma equipa à altura da 'Champions'.