A etapa portuguesa do circuito principal da Liga Mundial de Surf (WSL), disputada em Peniche, e o evento de ondas gigantes na Nazaré produziram receitas acima de 23 milhões de euros em 2024, segundo um estudo hoje divulgado.

A prova que reúne a elite do surf mundial na praia de Supertubos, que decorreu entre 06 e 16 de março, movimentou mais de 20 milhões de euros, enquanto o campeonato de ondas gigantes, disputado na praia do Norte, em 22 de janeiro, gerou receitas superiores a três milhões de euros, de acordo com o estudo do impacto sócio-económico destes dois eventos da WSL em Portugal, elaborado por Diogo Melo, estudante de mestrado do ISEG, Lisbon School of Economics & Management.

A 'fatia de leão' das receitas são relativas ao consumo de mercadorias e serviços durante as estadias para observar os eventos, com os espetadores de Peniche a gastarem 13,3 milhões de euros e os fãs da Nazaré 1,7 milhões (num único dia).

No que toca a Peniche, o alojamento movimentou 4,5 milhões de euros, o transporte 2,5 milhões de euros e a alimentação 2,8 milhões de euros, enquanto 3,5 milhões de euros são provenientes de outros setores de atividade, num total de 13,3 milhões de euros.

Já na Nazaré, o transporte gerou 671 mil euros, a alimentação 592 mil euros, o alojamento 567 mil euros e os outros 601 mil euros, num total de 1,7 milhões de euros.

Quanto às despesas de organização das provas, a etapa de Peniche ascendeu a 3,5 milhões de euros e a da Nazaré a 800 mil euros.

Segundo o estudo apresentado hoje na sede da Comunidade Intermunicipal do Oeste, e que contou com a presença de vários responsáveis, entre os quais o secretário de Estado do Turismo, Pedro Machado, o impacto direto (volume de negócios) em Peniche foi de 16,5 milhões de euros, a que se somam 3,4 milhões de euros do impacto indireto e induzido, perfazendo o total superior a 20 milhões de euros.

Quanto ao campeonato da Nazaré, o impacto direto calculado foi de 2,5 milhões de euros e o impacto indireto e induzido de 520 mil euros, num total acima de três milhões de euros.

Em ambos os casos não foi contabilizado o valor despendido pelos patrocinadores do evento, nem contemplados os impactos económicos relativos à imagem em consequência da exposição mediática (comunicação social escrita, rádio, televisão e internet).

Sobre a última rubrica, o estudo aponta para um montante de 46 milhões de euros relacionado com a prova de Peniche e de quase nove milhões de euros com o evento da Nazaré.

A estimativa da receita fiscal gerada pelos eventos foi de seis milhões de euros em Peniche e de 900 mil euros na Nazaré.

Destes montantes, a receita fiscal direta gerada pelos eventos foi de 595 mil euros em Peniche (320 mil euros relativos a IVA Custos Operacionais e 275 mil euros de retenção na fonte referente a prémios), e de 110,1 mil euros na Nazaré (85,1 mil euros de IVA Custos Operacionais e 25 mil euros de retenção na fonte referente a prémios).

Foram ainda divulgados os números de espetadores de ambas as provas, que rondaram os 120 mil em Supertubos (acumulado de 1,4 milhões desde 2009) e os 25 mil na praia do Norte (acumulado de 150 mil desde 2017).

Em Peniche, 36,5% dos visitantes foram estrangeiros, enquanto que a percentagem subiu para 69,5% na Nazaré.

No que toca à origem dos visitantes estrangeiros, os brasileiros lideram em ambas as provas, seguidos por alemães, espanhóis, franceses e norte-americanos em Peniche, e por norte-americanos, espanhóis, franceses e polacos na Nazaré.

Inglaterra, Países Baixos, Austrália, Itália e Canadá também figuram entre os países de origem de parte significativa dos visitantes.

O estudo, cuja responsabilidade da recolha e tratamento de dados é da WSL, e que tem por base 1.500 questionários, um erro na amostra de 3% e um nível de confiança de 95%, mostra que a maioria dos espetadores têm entre 18 e 44 anos, e que 94% tem estudos académicos.