No passado domingo, o piloto português Miguel Oliveira despediu-se da Moto2 com uma vitória no Grande Prémio de Valência, a terceira da temporada, que valeu o título mundial de equipas à Red Bull KTM Ajo. Agora segue-se a subida à categoria rainha, as MotoGP, com a Tech 3 KTM. Os primeiros testes começaram esta terça-feira. Depois desses mesmos testes, Miguel Oliveira falou à 'Motorcycle Sports'.

"É muito diferente daquilo a que estou habituado. A moto de MotoGP tem várias coisas diferentes para me acostumar, como os travões, a eletrónica, a resposta do motor ao acelerador, como parar esta grande massa de peso", começou por apontar o piloto português, em relação à KTM RC16, a moto que vai usar para as competições.

"Estava um bocado nervoso porque é o primeiro dia e é como voltar à escola. Há muitas coisas a aprender mas vi que a moto respondeu bem, a equipa é incrível e acolheu-me muito bem. Também para eles tudo é novo, portanto entre séries de voltas tirámos muito tempo para os mecânicos descarregarem os dados para analisarem as coisas. Estamos a levar o nosso tempo para conhecer a nova KTM", acrescentou ainda.

"A travagem foi o mais difícil no primeiro momento. O travão é muito potente e na verdade requer menos força de mãos para aplicar a pressão no travão dianteiro. Na Moto2 controlas pela quantidade de força que fazes no travão dianteiro, mas não é tão sensível como este. Devido ao facto de a moto estar a deslizar para a curva é fácil confiar na dianteira porque descarregas muito a frente. No MotoGP a moto não desliza tanto nas zonas de travagem, ou tens de fazer uma travagem muito forte para a fazer deslizar, o que torna difícil confiar na frente porque a moto não está a deslizar. Também pelo facto de ser tão sensível e a travagem ser muito mais longa em tempo e distância tens de ser muito preciso e travar num bom sítio. Demora a perceber quando fundo podes ir na travagem e que quantidade de pressão podes aplicar", referiu.

Nos testes de terça-feira, Oliveira registou o seu melhor tempo na 21.ª das 33 voltas efetuadas ao circuito Ricardo Tormo, em Valência, onde as equipas de MotoGP realizaram o primeiro de dois dias de testes de pré-temporada. O piloto português alcançou o 25.º e último tempo da sessão de testes realizados.

O dia foi de adaptação à nova mota, pelo que o facto de ter ficado com o 25.º e pior registo da sessão, com 1.35,118 minutos, foi desvalorizado pelo piloto português.