Os atletas portugueses Rui Bragança e Júlio Ferreira competem na sexta-feira e no sábado no Grande Prémio de Moscovo em taekwondo, última oportunidade para se qualificarem pelo ‘ranking’ para os Jogos Tóquio2020, afirmando encontrarem-se em boa forma.

Em declarações à agência Lusa, Rui Bragança, que já competiu no Rio2016, tornando-se no primeiro luso a vencer um combate da modalidade em Jogos Olímpicos, lembra que esta é a ‘final’ da qualificação por ‘ranking’, depois de uma série de eventos até Moscovo, antes de um derradeiro torneio europeu de qualificação, em abril de 2020, em que é preciso “chegar à final para garantir o ‘bilhete’”.

“Um bom resultado seria ganhar e que os meus adversários no quinto e sexto lugar [do ‘ranking] perdessem o primeiro combate, porque assim garantia a qualificação olímpica. Se isso não for possível, garantir o máximo número de pontos para quando chegar o torneio de qualificação olímpica, em abril, ser cabeça de série”, resume o atleta de 27 anos.

Apesar da ambição, a missão não será fácil para o competidor natural de Guimarães, que luta em -58 kg, até porque “ganhar em Moscovo é como ganhar nos Jogos Olímpicos, porque quem vai estar estará em Tóquio”.

Ainda assim, lembra que já esteve “taco a taco com todos eles” e mesmo sendo “bastante difícil” garantir já a qualificação no ano anterior à prova, como fez em 2015, “não é impossível”.

A mesma ambição de vencer partilha Júlio Ferreira (-80 kg), que apenas pode chegar já a Tóquio2020 se vencer a prova, estando no 15.º posto da hierarquia olímpica. “E o objetivo é esse, sabendo eu que está cá o topo do mundo”, ressalva.

Natural de Braga, aos 25 anos encontra-se numa “forma muito boa, não a melhor da carreira, mas uma das melhores”, e pensa já em 2020 e “na melhor maneira de garantir o passe” para os Jogos em abril.

Teve um 2019 “de altos e baixos”, considera, com uma medalha de bronze nas Universíadas como ponto alto de 12 meses em que “as provas em ‘open’ correram muito melhor”, mas os grandes prémios “não foram como planeado”.

“Foi um ano especial, e esse balançar [de resultados] traz-me maior foco e frieza”, conta.

Rui Bragança, por seu lado, foi medalha de bronze nos Mundiais de Manchester, uma segunda medalha em campeonatos do mundo depois da prata de Gyeongju, em 2011, conseguindo ainda dois quintos lugares em grandes prémios.

“Sinto-me bem, estou relativamente descansado, aqui eu só tenho a ganhar, seja pontos ou a qualificação, e nada a perder. Estou tranquilo, e em termos de forma estou muito bem, sem nenhuma lesão. Venho com o meu melhor jogo”, assegura o atleta, em 16.º no ‘ranking’ do seu peso.

Mesmo com o nível a subir a nível mundial, com adversários “mais especializados e consistentes”, este foi “um ano bastante bom”, mesmo que pudesse ser melhor, e encontra-se agora a trabalhar não só para chegar a Tóquio, mas para “melhorar o resultado em Jogos Olímpicos”.