À semelhança do que sucedeu o ano passado, a Figueira da Foz abre as hostilidades, dias 9 e 10 de abril, agora com Manuel Centeno e Teresa Padrela a sucederem a Daniel Fonseca e Joana Schenker como portadores da lycra verde que distingue os campeões nacionais.

Recordando rapidamente o que sucedeu o ano passado, tanto Centeno como Teresa conquistaram os títulos na derradeira etapa, em Peniche, num campeonato impróprio para cardíacos, com Supertubos gigante e emoção até ao fim. Mas se ambos os campeões nacionais tiveram de esperar até mesmo ao final para arrebatarem os troféus, a grande diferença entre eles é que Centeno, aos 41 anos, arrecadou o nono título nacional open ao passo que Padrela, aos 20, conquistou o primeiro título nacional da carreira.

Manuel Centeno tem uma perspetiva muito particular acerca da posse da lycra verde e da “defesa” do título, termo que questiona:

“A partir do momento em que toca a buzina para o primeiro heat, nada é meu. Sei que vou andar com a lycra verde de campeão mas a verdade é que o título está em aberto para todos. E digo isto porque penso ser a maneira certa de encarar estas coisas porque não quero defender nada, quero é atacar qualquer coisa, neste caso, a vitória.”

Para o 9 vezes campeão nacional de 41 anos, a receita da longevidade e, sobretudo, da longevidade ganhadora é simples: “A minha receita é a mesma há muito tempo, mas quatro semanas antes do campeonato ajusto umas rotinas com um pouco mais de volume de piscina, depois alivio a carga e passo a surfar simulando heats. E na última semana estou numa coisa de explosão e não dou tanto volume. Posso até perder de primeira, mas aumento as probabilidades de ter sucesso.”

Também Teresa Padrela mostrou-se muito entusiasmada com o calendário nacional e a oportunidade de vestir a lycra verde do Crédito Agrícola.

“Estou muito motivada com este calendário. Pela primeira vez vou competir na área do Porto. “Parece-me bastante bom, motivador, e as outras três etapas não podiam ser melhores escolhas”, considerou a bodyboarder de Carcavelos.”

Teresa não esconde que tem uma favorita: “Claro que a etapa de Peniche, por me ter sagrado campeã nacional lá o ano passado, é a que mais me motiva. E, ainda por cima, pode ser, novamente, a decisiva.”

O título do ano passado, disputado literalmente até à última onda com Filipa Broeiro, ainda está bem fresco na memória e Teresa espera que “a bola volte a cair” para o seu lado: “Espero que esta época tenha o mesmo desfecho. O ano passado foi até ao último segundo e espero que este ano seja igualmente disputado. Mas mesmo que não tivesse ganho, estava envolvida na história. Felizmente, a bola caiu para o meu lado e tenho trabalhado muito na pré-época para que volte a acontecer.”

Teresa terá um ano competitivo muito cheio, conjugando o Nacional com o Circuito Mundial, que vai cumprir na íntegra, com passagens pelo Chile, Brasil, África do Sul e Sintra. Felizmente, as datas do Nacional foram pensadas para permitir essa compatibilidade de calendários.

Quanto às rivais para este ano, a campeã nacional tem uma visão curiosa: “Acredito que sejam as ‘suspeitas do costume’ mas com algumas mais novas a fazer algumas surpresas. É ver o que fez a Mariana Silva o ano passado, em Peniche, por exemplo, em que fez grande exibição.”