O antigo diretor técnico nacional de judo Luís Monteiro lembrou a “garra” de Telma Monteiro e fez questão de revelar o lado solidário menos conhecido da antiga judoca, que hoje anunciou o final da carreira.
“Quando estava no tapete não queria perder nem a feijões, ela dava tudo o que tinha e o que não tinha. Mesmo, inclusive, quando foi a medalha dela no Rio de Janeiro, ela sai de lá quase lesionada, mas aquilo nem que partisse, a vitória tinha de ser, portanto, o querer ganhar”, lembrou Luís Monteiro, em declarações à agência Lusa.
O antigo dirigente, que acompanhou Telma Monteiro em grande parte do percurso da judoca, tanto como diretor na Federação, como no papel de professor na faculdade, a “resiliência”, “garra” e “determinação” são atributos que explicam o êxito.
“No judo é ter uma grande agressividade, no bom sentido, agressividade competitiva, uma garra e uma determinação fora de série. E, de facto, ela tinha essas características. É muito forte psicologicamente, uma elevada determinação, uma forte determinação”, justificou.
Luís Monteiro olha para Telma Monteiro como a melhor judoca portuguesa de sempre, sobretudo numa perspetiva de resultados agregados à longevidade na elite do judo mundial, com uma consistência ímpar.
“Em termos de consistência de resultados, o conjunto de tal longevidade dela, eu acho que é melhor judoca, no conjunto eu acho que é melhor judoca de sempre”, assinalou Luís Monteiro.
Fora do que é público, o antigo DTN quis revelar a faceta menos conhecida de Telma, o aliar a sua determinação e qualidade enquanto atleta a um espírito de grande generosidade, que referiu ser silenciosa.
“Tem uma personalidade de grande generosidade e um sentido humano. Sei de uma história que ela andou a distribuir ceia de natal, não disse à imprensa, não disse a ninguém que fazia esse trabalho comunitário, de apoio e solidariedade. Ela acha que isso era uma missão que estaria na natureza do ser humano e não era para andar a divulgar”, revelou Luís Monteiro.
Luís Monteiro falou da judoca, pouco depois de Telma Monteiro anunciar hoje o final da carreira, aos 38 anos, depois de um percurso de mais de duas décadas ao mais alto nível e durante o qual foi medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de 2016.
“Termino a minha carreira como queria, com a sensação que dei tudo o que tinha de dar, e foi como tinha de ser. Uma gratidão eterna”, disse a judoca em declarações à BTV, acrescentando que pensa em todos que “contribuíram” para o seu percurso.
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