Com a mais que provável ausência da W52-FC Porto - expulsa da prova pela UCI após alegados casos de doping - a edição deste ano terá obrigatoriamente um novo vencedor.

A ausência da equipa dominadora da prova na última década (vitórias nas últimas nove edições da prova, duas delas retiradas após comprovada a utilização de "métodos e/ou substâncias proibidas” por parte de Raúl Alarcón), permite afirmar que a edição nº 83 da Volta marcará o início de uma nova era desta competição, deixando mais pontos de interrogação quando se tratar de prever um possível vencedor.

Em prova estará um pelotão composto por 126 ciclistas, distribuídos por 18 equipas, metade das quais portuguesas, e onde marcarão presença quatro formações da 'ProTeams' (Caja Rural,Human Powered Health,Burgos-BH e Euskaltel - Euskadi), correspondente a uma segunda linha do pelotão mundial, sendo que as restantes estão inseridas na divisão continental, um degrau abaixo das supracitadas.

Etapas para todos os gostos

No que às etapas diz respeito, os ciclistas terão onze dias de competição muito acidentada no que ao terreno diz respeito. No total o pelotão terá 27 contagens de montanha ao longo da prova, sendo que cinco delas são de primeira categoria, e nem todas coincidem com o final da etapa.

Para além das clássicas e míticas subidas à Torre e à Senhora da Graça, os principais candidatos medirão forças na subidas ao Observatório do Parque Eólico de Vila Nova, em Miranda do Corvo, Serra do Marão e Serra do Barreiro (estas duas últimas na mesma etapa), isto se retirarmos as restantes difíceis subidas de categorias inferiores

Apesar da muita montanha, a verdade é que os sprinters também terão os seus dias para brilhar, mormente nas chegadas a Elvas (1ª etapa), Castelo Branco (2ª etapa), Viseu (4ª etapa) e à cidade da Maia (6ª etapa), tiradas onde os mais rápidos e poderosos certamente irão dar espetáculo.

Os favoritos

Depois de seis anos com triunfos oficias de ciclistas portugueses, a prova deste ano apresenta um rol de favoritos que poderá alterar essa tendência. Sem a presença de nomes como os de Joni Brandão ou Amaro Antunes - vencedor da última edição- o principal candidato será Maurício Moreira, da equipa Glassdrive Q8 Anicolor.

O uruguaio foi segundo classificado na edição anterior, tendo ainda ganho a etapa da Senhora da Graça; um excelente contrarrelogista e um trepador em ascensão, Maurício Moreira é um dos principais homens a ter em conta para a camisola amarela.

Todavia, um dos principais rivais à vitória poderá vir mesmo da sua equipa sob o nome de Frederico Figueiredo; o lisboeta chega de uma vitória no Troféu Joaquim Agostinho, naquele que foi o seu terceiro triunfo consecutivo da prova. Um trepador nato, Frederico Figueiredo chega em boa forma à Volta e deverá ser um dos destaques, especialmente quando chegarem as altas montanhas.

Outro nome a ter em conta é o de Serghei Țvetcov; o romeno da equipa Wildlife Generation Pro Cycling é pentacampeão romeno de contrarrelógio, tendo vindo a evoluir no que à montanha diz respeito, um favorito para assumir a camisola amarela logo desde o prólogo de Lisboa.

Alejandro Marque é já um veterano da Volta a Portugal, tendo já participado em nove edições, e vencido a corrida em 2013. Apesar dos já 40 anos de idade, o espanhol é sempre um dos nomes presentes numa lista de candidatos à vencer a Volta e este ano não é exceção.

A essa lista teremos de juntar Kyle Murphy da formação Human Powered Health; o norte-americano não é um estranho nas provas portuguesas, tendo vencido duas etapas da edição anterior da Volta, ambas montanhosas. O actual campeão norte-americano de estrada será certamente um dos animadores da corrida.

A estes nomes podemos acrescentar os de Tiago Antunes (Efapel Cycling), Pelayo Sánchez (Burgos-BH), Bruno Silva (Tavfer-Mortágua-Ovos Matinados) ou Mario Aparicio (Burgos-BH) como aqueles que poderão estar na linha da frente da corrida nos momentos decisivos.

Não podendo de antemão prever um vencedor, a verdade é que, após o aparente final da hegemonia da W52- FC Porto, a edição número 84 da Volta a Portugal vai iniciar um novo capítulo na história desta lendária prova. Poderá ser o primeiro ano de uma nova 'dinastia' ou o início de uma mais acesa competição pela vitória final.

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