O Vice-Presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, criticou esta quinta-feira a NBA e os seus jogadores por recuarem no seu criticismo à China ao mesmo tempo que mostrou o seu apoio aos protestantes pro-democracia em Hong Kong.

"Alguns dos maiores jogadores da NBA e dos donos de clubes, que exercem a sua liberdade para criticar este país [Estados Unidos], perdem a sua voz quando se trata da liberdade e dos direitos de outros povos", disse Pence num discurso em Washington.

"Ao alinharem-se com o Partido Comunista Chinês e ao silenciarem a liberdade de expressão, a NBA está a atuar como uma subsidiaria daquele regime autoritário", afirmou.

Pence saudou o movimento que irrompeu em Hong Kong para preservar o estatuto semi-autónomo depois de Pequim tentar autorizar extradições para a China.

"Nós estamos convosco", disse Pence para os protestantes. "Somos inspirados por vocês".

"Pedimos-vos que permaneçam no caminho do protesto não-violento. Mas saibam que têm a admiração de milhões de americanos", disse.

A Liga Americana de Basquetebol (NBA) foi engolida em controvérsia depois do diretor geral dos Houston Rockets, Daryl Morey, ter publicado um tweet em que apoiava a causa dos protestantes de Hong Kong.

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A China, um mercado importante para a NBA, retaliou com o fim de patrocínios e o cancelamento de transmissões televisivas de jogos da pré-época realizados no país, levando a NBA a cancelar todos os eventos relacionados com a digressão na China.

As críticas de Pence terão sido uma referencia à super-estrela dos Lakers, LeBron James, que criticou a publicação de Morey.

LeBron já tinha previamente criticado Donald Trump, acusando-o de despoletar o ódio nos Estados Unidos.

Pence tambem criticou a Nike por retirar o merchandising dos Houston Rockets na China. A marca patrocina Colin Kaepernick, o quarterback que ficou sem trabalho depois de se ajoelhar durante o hino nacional americano num protesto contra o racismo.

"A Nike promove-se como sendo 'um defensor da justiça social', mas quando se trata de Hong Kong prefere deixar a consistência social à porta", afirmou o Vice-Presidente americano.