O 20.º aniversário da Maratona do Porto será celebrado no domingo com um percurso reformulado, ao abdicar da passagem por Vila Nova de Gaia, visando a renovação do recorde absoluto com o tradicional naipe de atletas africanos.

“Estou bastante entusiasmado, sobretudo com a presença do bom tempo, que fará questão de festejar connosco os 20 anos. A expectativa é de continuarmos a tentar bater recordes, não só da prova, mas de participação. Neste momento, temos cerca de 7.000 inscritos só na maratona. Os atletas contratados dão-nos garantias para a eventualidade de serem obtidas grandes marcas”, disse hoje à agência Lusa o diretor-geral da Runporto.

Jorge Teixeira falava à margem da apresentação da 20.ª edição de uma das habitualmente mais participadas maratonas nacionais, na Alfândega do Porto, onde anunciou o regresso ao trajeto de 2022, que substitui a passagem de Vila Nova de Gaia por Leça da Palmeira, impossibilitando a travessia sobre o rio Douro através da Ponte D. Luís I.

“A razão é a construção da ponte D. Antónia Ferreira. As obras estão a começar agora e durante dois anos, no mínimo, não poderemos atravessar para o lado de lá. O percurso não perde beleza, porque temos muitos quilómetros para fazer em Matosinhos e Leça da Palmeira e ficará ainda mais rápido. Estão reunidas as condições para termos um grande evento”, analisou.

O queniano Emmanuel Kemboi, vencedor em 2023, com 02:14.13 horas, a 5.15 minutos do recorde estabelecido dois anos antes pelo compatriota Zablon Chumba, tem como pretendentes à sua sucessão 11 atletas do Quénia, um do Uganda e outro de Espanha.

Silah Kipkemboi Limo, Mathew Sang Kibiwot, Amos Kiptoo Birgen, Patrick Ketter Kiplagat, Rodgers Kipyego Kero, Kiprop Kimutai, Onesmus Kiplagat Kiplimo, Evans Kiptoo Yego, Jamal Kiprono, Gideon Kiprop Rotich e Mathew Kiprop representam o país com mais vitórias na prova (15), ladeados pelo ugandês Abel Chelangat e pelo espanhol Daniel Mateo Angulo.

“Tenho um empresário reconhecido a nível mundial, o espanhol Miguel Ángel Mostaza, que trata da elite. Dentro do naipe dos muitos atletas existentes no Quénia, escolhemos uma equipa que nos possa traçar esse plano de alcançar determinada marca, sendo constituída não só pelos candidatos à vitória, mas também pelas próprias ‘lebres’”, explicou Jorge Teixeira.

Já as quenianas Naom Jebet, Peniah Jerop e Pauline Mutwa Thitu emergem no setor feminino, que viu Tejitu Siyum Alemayehu reforçar a supremacia da Etiópia no ano passado, ao rubricar o oitavo êxito da sua nação em 02:32.06 horas.

“Alguns africanos já estão a viajar e chegam hoje. Não há nenhuma contratação de última hora. Por norma, são contratados com cerca de meio ano de antecedência e, depois, estão a treinar dois meses para uma maratona específica”, notou o líder da Runporto.

O contingente português é encabeçado por Daniel Pinheiro, segundo classificado em 2017 e sexto em 2014, José Sousa, oitavo em 2019 e sexto em 2022, Carlos Costa, sexto em 2014, Hugo Daniel Santos, Hermano Ferreira, nono em 2019, Nuno Lopes, João Fernandes, Ricardo Ribas ou Rui Teixeira.

O evento acolherá os Campeonatos de Portugal de maratona, sob organização da Federação Portuguesa de Atletismo (FPA), bem como os Nacionais de veteranos da mesma distância.

Chancelada pela World Athletics, a Maratona do Porto começa às 08:00, junto ao Sea Life, na via do Castelo do Queijo, em simultâneo com uma corrida solidária de 10 quilómetros e uma caminhada de 6.000 metros, sem fins competitivos e destinada a qualquer faixa etária.

As três provas juntam “mais de 12.000 inscritos, de 83 nacionalidades”, e terminam no Queimódromo, com a Runporto a atribuir prémios monetários de 3.000 euros pela renovação do recorde absoluto da maratona e de 5.000 euros pelas vitórias nas respetivas vertentes masculina e feminina.