O judoca Jorge Fonseca, bicampeão mundial em 2019 e 2021 e medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Tóquio2020, foi hoje eliminado nos oitavos de final em -100 kg dos Europeus em Montpellier, em França.

Jorge Fonseca, de 31 anos, que ainda procura o seu primeiro título europeu, depois de ter sido medalha de bronze da prova continental em 2020, em Praga, não resistiu a um velho conhecido, o ‘gigante’ espanhol Nikoloz Sherazadishvili.

Os dois judocas conhecem-se bem, ambos foram campeões europeus de clubes pelo Sporting, mas o espanhol subiu recentemente de categoria, deixando os -90 kg, pelos quais também foi bicampeão mundial, para passar a competir em -100 kg.

Sherazadishvili e Fonseca já se tinham defrontado por duas vezes, com uma vitória para cada.

Em novo confronto hoje, na Sud de France Arena, o equilíbrio predominou até à parte final do combate, quando foi evidente que Sherazadishvili estava com maior fulgor que o português, depois de este ainda ver o videoárbitro reverter um possível waza-ari.

Com os dois judocas tapados em castigos, Fonseca teve uma ação que foi inicialmente considerada pelo árbitro de tapete e depois revertida pelo vídeo, nos 11 segundos finais, e já no golden score Sherazadishvili esteve por cima.

O espanhol conseguiu à terceira vez a pega nas costas do português - que se tinha esquivado com a barriga no tatami nas tentativas anteriores -, e fechou o combate e o apuramento com um ippon aos 41 segundos do prolongamento.

Para o judoca do Sporting é mais uma saída difícil da prova continental, num ano em que foi muito afetado por lesões, logo em fevereiro com uma microrrotura muscular, e teve alguma perda de confiança.

Ainda assim, o selecionador e treinador de clube, Pedro Soares, também já tinha dito, em declarações à agência Lusa, que o Europeu não foi preparado para ser o “momento alto” e quando a equipa soma pontos para os Jogos Olímpicos de Paris2024.

Antes de Jorge Fonseca, a judoca Rochele Nunes, que tem duas medalhas na competição continental (2020 e 2021), caiu, com surpresa, no primeiro combate, com uma desclassificação a poucos segundos do início.

A judoca do Benfica procurou projetar a sua adversária, a ucraniana Khrystyna Homan (99.ª), mas a arbitragem aplicou um hansoku-make, previsto para a acumulação de castigos ou para uma infração grave, que coloque em risco o adversário.

Rochele foi desclassificada aos 42 segundos, com a arbitragem a entender que a judoca prendeu o braço da adversária, numa espécie de chave em pé e antes da rotação ao solo, colocando em risco Homan – com a sinalética junto ao cotovelo.