Catarina Costa voltou hoje a mostrar que os Europeus são um palco onde se dá bem, com a judoca de Coimbra a conquistar a sua quarta medalha consecutiva, a terceira de prata e diante de uma velha conhecida.

Em Podgorica, no Moraca Sports Center, Catarina disputou a sua terceira final em Europeus e repetiu os resultados anteriores, numa velha história com a francesa Shirine Boukli, que a voltou a bater.

Uma amizade que no tatami não tem sido benéfica à portuguesa, mas que não tira mérito à ambição que a conimbricense tem demonstrado na competição continental e na qual passa a somar três pratas (2022, 2023 e 2025) e um bronze (2024).

O percurso hoje teve contornos difíceis para a judoca lusa, que na estreia, na mais improvável dificuldade, precisou de quase 10 minutos para vencer a eslovaca Patrícia Tomankova, judoca que chegava a estes Europeus na cauda da categoria.

Foi preciso ter fôlego, com boa dose de resiliência, para Catarina Costa respirar de alívio, quando a arbitragem deu um terceiro castigo (shido) à sua adversária, ditando a respetiva desclassificação.

O caminho estava aberto para pensar em algo mais, com a passagem aos quartos de final, combate em que teve um golpe perfeito, em rotação, para afastar a neerlandesa Amber Gersjes, e saber que estaria sempre na luta pelas medalhas.

Os ‘quartos’ têm a característica nos quadros de competição de determinar se o judoca é relegado para a repescagem (em caso de derrota) ou se entra na luta, certa, por uma medalha (em caso de vitória).

E foi com as meias-finais garantidas que Catarina ‘ousou’ continuar a sonhar, num combate em que venceu a sérvia Andrea Stojadinov e entrou, pela terceira vez em quatro anos, na luta pelo ouro.

A história não favorecia a portuguesa, diante da tricampeã europeia Shirine Boukli, e foi nos pormenores – já no ‘golden score’ -, que a francesa voltou a ser melhor, depois de ambas marcarem yuko.

Catarina Costa, que tinha visto muito cedo, nos instantes iniciais, um castigo, teve essa pressão do seu lado e foi ao ver um terceiro ‘shido’ no ponto de ouro que viu escapar, uma vez mais, a medalha de ouro.

A prata de hoje, que continua a ter tónica de sucesso, torna Catarina Costa a segunda judoca portuguesa com mais pódios na competição continental, a par de Pedro Soares, e na qual a já retirada Telma Monteiro é um caso ímpar, com 15 medalhas.