O presidente do Comité Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, considerou hoje que os Jogos Olímpicos e o movimento têm sido os únicos a conseguir trazer unidade a um mundo polarizado.
“Todos juntos fizemos história nos Jogos Olímpicos Paris2024. Foi essencial que cada um de vós [comités olímpicos nacionais] contribuísse para este sucesso. A maior mensagem que estes Jogos Olímpicos enviaram ao mundo foi a grande unidade demonstrada pela presença de atletas de todos os comités olímpicos e ainda da equipa olímpica de refugiados, numa altura de grande tensão geopolítica”, assumiu.
No primeiro dia da assembleia geral da Associação dos Comités Olímpicos Nacionais (ANOC), no Centro de Congressos do Estoril, o presidente do COI considerou que, “infelizmente, os Jogos Olímpicos e o movimento olímpico são os únicos que conseguem trazer unidade ao mundo e fazem os atletas viver em união na Aldeia Olímpica”.
Bach, que está a cumprir o seu último mandato à frente do COI, deixou ainda elogios “ao grande trabalho do Comité Organizador de Paris2024 e do seu presidente Tony Estanguet”, assumindo como grande triunfo terem sido os primeiros Jogos Olímpicos da paridade.
“Trazer o mundo todo junto é apenas uma parte da história de sucesso, a outra parte é que temos de equilibrar o campo de jogo. Podemos convidar atletas de todo o mundo, mas esse não pode ser o objetivo principal, temos de os tornar competitivos, temos de equilibrar o campo de jogo, dar-lhes hipóteses claras, diminuir a diferença entre os país privilegiados e os menos privilegiados”, assumiu.
Bach lembrou alguns progressos, com o apoio a alguns comités olímpicos nacionais e a alguns atletas “a dar frutos”.
“Gostava de vos dar um número que é um recorde, tivemos 599 atletas com bolsas e ganharam 75 medalhas”, assumiu.
Considerando que todos são “iguais neste movimento olímpico”, Thomas Bach diz que é preciso “aumentar os projetos de solidariedade” e alertou para a posição do desporto numa nova ordem mundial que está a surgir.
“Está a surgir uma nova ordem mundial, na qual temos de ser unificadores e não tomarmos posição por nenhum dos novos blocos que estão a aparecer, mas estar aberto a cada um deles e mostrar o que o desporto pode oferecer a cada uma das sociedades, como um contributo para a paz”, assumiu.
Na sua última presença como presidente do COI na assembleia geral da ANOC, Thomas Bach emocionou-se e pediu que os comités olímpicos nacionais ofereçam ao seu sucessor “a mesma solidariedade e amizade” que teve “o privilégio de receber”.
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