A judoca Telma Monteiro perdeu a vaga no apuramento olímpico para Paris2024, face à eliminação na primeira ronda no Grand Slam do Cazaquistão, enquanto Taís Pina, ouro na competição, entrou em zona de qualificação.

Telma Monteiro (-57 kg), que ocupava a quota continental europeia, que atribui 25 lugares extra, 13 em masculinos e 12 em femininos, acabou por perder a posição para João Fernando (-81 kg), com mais pontos, enquanto Taís Pina entrou em quota de realocação.

O apuramento olímpico no judo atribui, na soma entre os melhores resultados dos dois últimos anos, o primeiro a 50% e o segundo a 100%, 17 vagas diretas na classificação de cada categoria, com exceção dos judocas do país anfitrião e repetição de países.

A essa hierarquia juntam-se quotas continentais, com a Europa a ter 25 extra e algumas quotas remanescentes, de realocação.

É nesse contexto que João Fernando, com mais pontos (2.443) do que Telma Monteiro (2.296) ou Taís Pina (2.341), passou a ocupar a quota continental, depois de, no fim de semana, ter ‘caído’ da zona de apuramento direto em -81 kg.

O judoca, tal como Telma Monteiro, perderam nos combates iniciais realizados em Astana.

Em contrapartida, Taís Pina, judoca de 19 anos, do Algés e Dafundo, voltou a surpreender, num ano em que já tinha sido quinta no Grand Slam de Paris e prata no Grand Slam de Antália, e desta vez conquistou a medalha de ouro, o que lhe permitiu somar mais 1.000 pontos.

Numa semana em que a qualificação para os Jogos Olímpicos de Paris2024 entra em fase decisiva, com a última competição a pontuar, os Mundiais de Abu Dhabi, entre domingo e 24 de maio, Portugal conta com sete judocas em zona virtual de apuramento.

Catarina Costa (-48 kg, sexta direta), Bárbara Timo (-63 kg 13.ª), Taís Pina (-70 kg, em realocação de quota), Patrícia Sampaio (-78 kg, nona), Rochele Nunes (+78 kg, sétima), João Fernando (-81 kg, quota continental) e Jorge Fonseca (-100 kg, nono).

Com os Mundiais a fecharem o apuramento e a atribuírem muitos pontos, a qualificação ainda pode mudar entre os judocas, em especial para João Fernando, Taís Pina e Telma Monteiro, separados por menos de 200 pontos.

Telma Monteiro, de 38 anos, que regressou em abril após cinco meses de paragem devido a uma rotura de ligamentos, tem como objetivo chegar aos sextos Jogos Olímpicos da carreira, enquanto João Fernando e Taís Pina procuram estrear-se.

Para Telma o objetivo passa por mais um recorde, que seria o da desportista feminina portuguesa com mais presenças olímpicas, depois de ter competido em Atenas2004, Pequim2008, Londres2012, Rio de Janeiro2016, onde conquistou a medalha de bronze, e Tóquio2020.

No melhor cenário, os três podem apurar-se, mas é preciso que um deles entre em zona de classificação direta.

Com ambições olímpicas surgem ainda Rodrigo Lopes (-60 kg), a pouco mais de 250 pontos do último elegível na sua categoria de peso, e Maria Siderot (-52 kg), a cerca de 400 pontos da última classificada no seu peso, e que também pode entrar na discussão de maior número de pontos na quota continental ou realocação, quando soma 2.067.

Os Mundiais têm o enorme peso de 'entregarem' 2.000 pontos ao campeão, 1.400 ao vice, 1.000 ao bronze, 700 ao quinto, numa soma em que um combate ganho atribui 200 pontos, numa contagem que descontará sempre o pior resultado entre os que já têm.

A maior representação do judo português aconteceu em Tóquio2020, nos Jogos disputados em 2021, devido à pandemia de covid-19, numa edição em que Jorge Fonseca foi bronze, elevando para três as medalhas da modalidade, após os também bronzes de Nuno Delgado, em Sydney2000, e Telma Monteiro, no Rio2016.