O chefe da Missão portuguesa aos Jogos Olímpicos reconheceu, esta quarta-feira, a existência de “um revés face às últimas edições” no número de atletas lusos esperados em Paris2024, mas garantiu que as expectativas quanto aos eventos de medalha se mantêm.

“Quando iniciámos este processo de qualificação para os Jogos de Paris, tínhamos duas modalidades coletivas que efetivamente nos apresentavam algumas garantias de poder qualificar. O futebol, no verão do ano passado, não confirmou essa qualificação e, recentemente [no domingo], o andebol também não garantiu a qualificação. E, efetivamente em termos de números, é um revés face às últimas edições”, concedeu.

Em declarações à margem de uma sessão para jornalistas acreditados para os Jogos Olímpicos Paris2024, realizada na sede do Comité Olímpico de Portugal (COP), Marco Alves notou que a Missão portuguesa teve quer no Rio2016, quer em Tóquio2020 “mais de 90 atletas a competir nos Jogos e eventualmente esse número não será atingido agora em Paris”.

“Também mudámos um pouco o paradigma neste contrato-programa, naquilo que estabelecemos em termos de compromissos para esta Missão de Paris, que não tem tanto a ver com o número de atletas que estarão a representar Portugal, mas também com o número de medalhas que os atletas que qualificarão para os Jogos poderão disputar. E é sempre para nós também um indicador importante atletas que possam disputar medalhas, eventos em que Portugal possa participar e efetivamente estar na luta desses lugares”, realçou.

Assim, “em termos globais”, o número de desportistas portugueses nos Jogos da capital francesa será mais reduzido do que foi “em edições passadas”, com Alves a cifrá-lo “entre 70 a 80 atletas” – “se ultrapassarmos os 80, será, neste momento, uma boa notícia para Portugal” -, mas o COP continua a ter a expectativa de que a comitiva lusa possa “atingir a disputa de 66 eventos de medalhas nos Jogos de Paris”.

Questionado sobre o impacto que as lesões de Pedro Pablo Pichardo, campeão olímpico do triplo salto, e Auriol Dongmo, quarta no lançamento do peso em Tóquio2020, podem ter no número de medalhas, Marco Alves ‘desvalorizou’.

“Tivemos um conjunto de lesões com atletas que já estavam qualificados, que atrasaram um pouco aqui esta preparação para Paris. Sem dúvida que são atletas […] que têm expectativas de disputar lugares [de pódio], porque já o fizeram no passado, […] mas também tivemos durante este ciclo um conjunto de resultados em Campeonatos do Mundo, que nos permitem também reiterar os objetivos que estabelecemos”, destacou.

O chefe de Missão recordou que o COP estabeleceu como meta a conquista “de quatro ou mais medalhas nos Jogos de Paris”, defendendo que os resultados em Mundiais, que são o principal “barómetro” do organismo “durante o processo de qualificação e de preparação”, fazem pensar que outros atletas “podem estar a concorrer para esse objetivo” traçado para Paris2024.

Os Jogos Olímpicos decorrem entre 26 de julho e 11 de agosto e, neste momento, Portugal tem já 40 atletas apurados em 11 modalidades.