O início de época de Rafael Leão no AC Milan está longe do esperado. O avançado português tarda em mostrar o porquê de ser um dos melhores jogadores do campeonato italiano, numa época onde soma apenas três assistências e um golo em 10 jogos.

No último fim de semana, o avançado de 25 anos nem saiu do banco na vitória diante da Udinese, se calhar poupado por Paulo Fonseca para a Champions. Só que o internacional português voltou a desiludir, agora na Liga milionária.

Titular diante do Club Brugges, Rafael Leão saiu aos 60 minutos, já depois de o emblema belga ter empatado, numa altura em que o Milan jogava com menos um. Quando deu o seu lugar a Samuel Chukwueze, resolveu sair pela linha de fundo e, de lá, viu Tijani Reijnders fazer o 2-1, aos 61 minutos. No momento do golo, Leão que estava a 10 metros da baliza, limitou-se a levantar o braço, e não foi festejar com os colegas que faziam a festa com a claque Curva Sud. Saiu e foi diretamente para o banco.

O jornal 'Tuttosport' detalha que Emerson Royal tentou anima-lo, mas sem sucesso. No seu rosto havia raiva, desalento. Assim que o jogo acabou (3-1), o português foi diretamente para o balneário, enquanto os colegas faziam a festa com a claque Curva Sud.

'Guerra' com Paulo Fonseca e com a claque Curva Sud

A frustração de Leão não é novidade esta época. O português teve um atrito com o técnico Paulo Fonseca, depois do empate 2-2 com a Lázio, jogo onde fez o seu único golo desta época no Milan. O jogador começou no banco, tal como Théo Hernández, mas os dois não gostaram nada da situação. Foram lançados no segundo tempo e, quando houve uma pausa técnica, optaram por não se juntarem aos restantes colegas que recebiam instruções de Paulo Fonseca.

O técnico desvalorizou a situação, mas a imprensa e os adeptos não. O caso foi muito falado em Itália, até porque os adeptos dos rossoneri já tinham perdido a paciência com o português, dias antes. Na derrota frente ao Parma, Leão não gostou dos assobios à equipa e mandou calar o claque. Mais tarde tentou apaziguar a situação, mas o mal já estava feito.

"O gesto nunca foi e nem nunca será para a Curva Sud porque eles sempre estiveram comigo nos momentos mais difíceis, se calhar são os únicos reais adeptos que estão connosco. Vejo com cada opinião de adeptos do Milan que para mim é desumano... acho que são mais adeptos da Internet. O gesto foi para um adepto em específico, que no momento em que estávamos a perder, fez um comentário negativo. Nenhum jogador do Milan entra em campo para jogar mal de propósito, honramos esta camisola do início ao fim de cada jogo", justificou.

A vitória do AC Milan diante do Inter no dérbi milanês ajudou o já contestado Paulo Fonseca a respirar melhor, ao contrário de Rafael Leão, sempre sobre forte escrutínio. Fabio Capello, antigo treinador dos Rossoneri, fez algumas críticas ao avançado português.

"Quem é que me convenceu menos? Leão na primeira parte. Pouco protagonista, tímido na posse e, como de costume, vai a andar para trás. Na segunda parte, felizmente, entrou no ritmo e esteve melhor, mesmo sem conseguir marcar golos", analisou o técnico, em declarações à 'Gazzetta dello Sport'.

Após a sua exibição na noite de terça-feira, o antigo avançado Ciccio Graziani, deixou-lhe alguns reparos, em declarações à Rádio Sportiva.

"Ainda é uma criança que brinca quando quer, como quer, diverte-se sozinho. Às vezes pergunto-me, 'Mas Leão joga'? Se não lhe derem a bola ele fica ali, desliga-se, não entra no jogo. Depois, de vez em quando inspira-se faz coisas extraordinárias, mas não é consistente e tem pouco impacto", analisou.

Leão precisa de reencontrar o seu sorrisos, que tanto encantou os adeptos do AC Milan e Itália. Na época passada, por exemplo, marcou 15 golos e fez 13 assistências em 47 jogos. Números quase semelhantes a 2022/23, quando fez 16 golos e 12 assistências em 48 partidas.