O Sporting de Braga, através do seu Conselho Geral (CG), retirou a proposta de alteração de estatutos do clube, este sábado, levada a apreciação aos seus associados em assembleia-geral (AG) extraordinária.

Segundo revelaram à agência Lusa várias fontes presentes na reunião magna mais participada dos minhotos dos últimos anos, e que decorreu no pavilhão multiúsos do clube, o presidente do Conselho Geral, Luís Machado, oficialmente o órgão responsável pela elaboração da proposta de alteração dos estatutos, propôs a sua retirada no decorrer da AG após pedidos de vários sócios nesse sentido.

A alteração que mais polémica suscitava era a proposta de eliminação do ponto que dita que, em todas as sociedades anónimas desportivas (SAD) em que o Sporting de Braga participe, “existentes ou futuras, será mantida, direta ou indiretamente, a maioria do capital social e número de votos correspondente a essa posição societária”.

O Sporting de Braga detém 36,99% das ações da SAD, a Qatar Sports Investment (entidade cujo beneficiário efetivo é o estado do Qatar e que é proprietária dos franceses do Paris Saint-Germain) possui 29,60%, a Sundown Investments tem 17,04%, estando ainda 16,37% espalhados na categoria “outros” acionistas.

Perante a controvérsia gerada pelos que leram nesta proposta uma intenção ou uma porta aberta para abdicar do governo da SAD - e que entendem que o clube deve pugnar por ter a maioria -, e depois de várias intervenções no decorrer da AG a solicitá-lo, o CG retirou a proposta de alteração de estatutos.

Na abertura da assembleia, o presidente do Sporting de Braga, António Salvador, considerou “legítima” a pretensão dos adeptos de ver o clube fortalecer a sua posição na SAD e mostrou-se disponível para comprar ações dos pequenos acionistas.

Sobre a proposta mais polémica, apesar de considerar que alteração visava “adequar os estatutos à realidade” e defendendo que “a participação que o clube atualmente detém na SAD serve em absoluto os seus interesses”, António Salvador disse “compreender e aceitar que haja quem deseje ver o clube fortalecer ainda mais a sua posição na SAD e que essa pretensão é legítima, tendo em conta que há cerca de 16% de pequenos acionistas”.

Nesse sentido, o líder ‘arsenalista’ lançou um “repto” aos sócios que são simultaneamente acionistas da SAD no sentido de estes “cederem via doação as suas ações de modo a permitir que o clube aumente a sua posição no capital social da SAD”.

“Àqueles que não pretendam simplesmente doar as ações, o clube está disponível para negociar a sua aquisição onerosa pelo que devem contactar-nos nesse sentido”, acrescentou.