O Vitória de Setúbal anunciou, há momentos, a saída do técnico Júlio Velázquez. O espanhol não resistiu aos maus resultados, numa altura altura em que os sadinos estão na luta pela manutenção na I Liga de Futebol. Nesta 29.ª jornada, o Vitória de Setúbal perdeu com o Vitória de Guimarães por 2-0, estando neste momento no 16.º e antepenúltimo lugar, um posto acima da 'linha de água' e com apenas três pontos de vantagem sobre o Portimonense, o primeiro emblema em posição de descida.

Com a saída de Velázquez, já são 16 'chicotadas psicológicas' na Primeira Liga esta temporada, numa época muito difícil para os treinadores. Dos 18 técnicos que iniciaram a época, apenas sete mantém o seu posto: Sérgio Conceição (FC Porto), Carlos Carvalhal (Rio Ave), João Pedro Sousa (Famalicão), Ivo Vieira (Vitória de Guimarães), João Henriques (Santa Clara), Vítor Oliveira (Gil Vicente) e Natxo González (Tondela). Onze equipas já mudaram de treinador, alguns mais que uma vez.  O SC Braga, por exemplo, já vai no quarto técnico esta época.

Já esta quarta-feira, o SC Braga tinha anunciado a saída de Custódio Castro do cargo de treinador da equipa principal, seis jogos depois de ter assumido a equipa, após a saída de Rúben Amorim para o Sporting em março.

Nestas cinco jornadas disputadas após o retomar da Liga, interrompida em março devido a pandemia de COVID-19, três treinadores já foram despedidos: Bruno Lage no Benfica, Custódio Castro no SC Braga e Julio Velázquez no Vitória de Setúbal.

Esta é a a quinta 'chicotada psicológica' na segunda volta da prova. Na primeira volta registaram-se 11 'chicotadas', tendo quatro delas tido lugar logo nas oito primeiras jornadas. A segunda volta tinha feito 'cair' Silas, no Sporting, à 23.ª ronda, numa segunda mudança em Alvalade que acabou por provocar a terceira em Braga, onde os 'leões' foram 'roubar' Rúben Amorim, por 10 milhões de euros.

Ainda numa fase muito prematura da época, três treinadores, todos após a quarta jornada, tinham deixado o comando técnico dos clubes em que tinham começado a temporada: Filipe Rocha (Paços de Ferreira), Marcel Keizer (Sporting) e Silas (Belenenses SAD), cedendo o lugar a Pepa, ao interino Leonel Pontes e a Pedro Ribeiro, respetivamente.

Marítimo vs Benfica
Bruno Lage fala com os jogadores após a derrota. créditos: EPA/GREGORIO CUNHA / POOL

Ao comando de uma das equipas que tinham subido à I Liga, Filó não conseguiu impor-se no Paços de Ferreira e acabou por ser o primeiro técnico demitido, sendo substituído por Pepa.

No Sporting, o holandês Marcel Keizer não resistiu aos resultados negativos dos 'leões' e acabou por sair, apesar de em 2018/19 ter conquistado a Taça de Portugal e a Taça da Liga.

A derrota com o Rio Ave (3-2) em casa ditou a saída do holandês, que tinha perdido muita margem de manobra com a goleada com o Benfica (5-0) na Supertaça e que foi substituído interinamente por Leonel Pontes.

Silas, que também tinha deixado o Belenenses SAD na quarta ronda, acabou por ser chamado para assumir a liderança em Alvalade, depois de Leonel Pontes não ter conseguido qualquer triunfo em quatro partidas (duas para a I Liga, um para a Taça da Liga e um para a Liga Europa).

Depois de duas rondas como interino, Leonel Pontes voltou aos sub-23 dos 'leões' e foi substituído por Silas, que, desta forma, só esteve duas rondas no desemprego.

Na sétima ronda, o lanterna-vermelha Desportivo das Aves, que já havia cumprido o embate da nona, 'despachou' Augusto Inácio e, na oitava, foi a vez de o Vitória de Setúbal utilizar o 'chicote' em Sandro Mendes. Leandro Pires, no Desportivo das Aves, e o camaronês Meyong Zé, no Vitória de Setúbal, foram interinos, até à 11.ª ronda, na qual também 'caiu' Nuno Manta Santos, no Marítimo, que transitou de imediato para a Vila das Aves, estreando-se na jornada 12.

Silas deixou o Sporting depois de entrar a meio da época
Silas deixou o Sporting depois de entrar a meio da época créditos: JOSE COELHO/LUSA

Ainda se estrearam na mesma ronda José Gomes, nos insulares, e o espanhol Júlio Velázquez, nos sadinos.

No final de dezembro, foi Ricardo Sá Pinto a ser afastado do Sporting de Braga, ele que chegou no início da temporada, deixando, então, os bracarenses no oitavo lugar, com 18 pontos, em igualdade com Boavista, nono, e Tondela, 10.º.

O antigo avançado internacional português, de 47 anos, despediu-se dos ‘arsenalistas’ com um registo de cinco vitórias, três empates e seis derrotas na I Liga, apesar de ter alcançado a qualificação para os 16 avos de final da Liga Europa.

A rescisão de contrato de Ricardo Sá Pinto aconteceu seis dias depois de o Boavista ter prescindido de Lito Vidigal, que foi substituído por Daniel Ramos, e sete dias após a saída de Vítor Campelos do Moreirense, acabando Ricardo Soares por ocupar o seu lugar.

Antes de Vidigal e Campelos, já outros seis técnicos haviam deixado as suas formações, o último dos quais Nuno Manta Santos, que abandonou o Marítimo em 11 de novembro.

O treinador, que chegou à formação madeirense no início da temporada para substituir Petit, não resistiu ao empate a um golo na receção ao Portimonense, em jogo da 11.ª jornada do campeonato, despedindo-se com um registo de três vitórias, sete empates e cinco derrotas, em 15 encontros oficiais.

Nuno Manta Santos foi precedido por Sandro Mendes, que tinha deixado o Vitória de Setúbal em 26 de outubro, após o empate 0-0 na receção, precisamente, ao Marítimo, na oitava ronda, na altura com apenas um golo marcado.

Sandro Mendes tinha substituído Lito Vidigal durante a temporada 2018/19, tendo efetuado 16 jogos na última temporada e obtido três triunfos, aos que se juntam os 10 na época atual, com apenas dois triunfos, um deles na terceira eliminatória da Taça de Portugal, uma goleada por 5-0 ao Águias do Moradal.

Sá Pinto foi um dos quatro treinadores do SC Braga esta época
Sá Pinto foi um dos quatro treinadores do SC Braga esta época créditos: HUGO DELGADO/LUSA

Na jornada 16, o Belenenses SAD tornou-se a primeira equipa a operar uma segunda mudança: Pedro Ribeiro, que tinha sucedido a Silas, foi substituído por Petit. A saída de Pedro Ribeiro acontece após o desaire (2-0) no reduto do Gil Vicente, em jogo da 16.ª jornada do campeonato, e depois da goleada (7-1) sofrida na receção ao Sporting de Braga, resultados que aumentaram para quatro o número de jogos consecutivos sem vencer, face a outra derrota (2-1) com o Moreirense e ao empate a um golo em casa com o FC Porto.

O treinador, de 34 anos, que estava na equipa de sub-23, sucedeu a Jorge Silas na equipa principal dos ‘azuis’ à quinta jornada da prova, alcançado uma vitória (3-1) no campo do Marítimo.

Em 14 encontros somou oito derrotas, sendo que uma ditou o afastamento da Taça de Portugal, diante do secundário Desportivo de Chaves, cinco vitórias e um empate.

Petit, que estava sem treinar desde o final da temporada passada, altura em que deixou o Marítimo, foi o homem escolhido para comandar a equipa lisboeta.

A acabar a primeira volta, deu-se a demissão de António Folha, que não resistiu aos maus resultados no Portimonense e foi substituído, interinamente, por Bruno Lopes, que, à 20.ª ronda cedeu o lugar a Paulo Sérgio.