O Farense cumpriu o objetivo da manutenção na I Liga de futebol na época de regresso ao escalão principal, com a base do conjunto que conquistou a subida e alicerçado nas boas exibições do guarda-redes Ricardo Velho.

Em sentido contrário ao que acontecera na temporada 2020/21, em que os algarvios tiveram uma passagem meteórica pela elite após 18 anos de ausência, desta vez foi assegurada mais uma época entre os ‘grandes’ com relativa tranquilidade.

A continuidade do treinador (José Mota) e de boa parte dos jogadores que tinham garantido a promoção há um ano – entre eles, nove dos 11 mais utilizados esta temporada – revelou-se decisiva para atingir o 10.º lugar.

É o melhor registo desde o 10.º posto de 1995/96, ao qual se junta o recorde de golos marcados (46), igualado com a marca conseguida em 1990/91.

Duas derrotas nas rondas iniciais foram ‘apagadas’ por duas grandes vitórias caseiras – 5-0 ao Desportivo de Chaves, o melhor resultado da época, e 3-1 ao Sporting de Braga –, antes da melhor sequência – um empate e três triunfos consecutivos – ter surgido entre a oitava e a 11.ª jornadas.

O triunfo fora de portas sobre o Casa Pia, à 18.ª ronda, guindou o Farense – que não fez quaisquer mexidas no mercado de inverno – ao sétimo posto e antecedeu uma segunda volta de menor fulgor, com uma série de nove jogos sem vencer, da 19.ª à 27.ª.

Na reta final, as duas vitórias consecutivas sobre Estrela da Amadora (31.ª ronda) e Estoril Praia (32.ª) asseguraram em definitivo a fuga ao play-off de manutenção, já que a despromoção direta foi sempre um cenário longínquo.

A grande figura da 25.ª presença do Farense na I Liga foi o guarda-redes Ricardo Velho, que à sua quarta época no Algarve ganhou pela primeira vez a titularidade absoluta e logo com uma série de exibições de grande nível, a mais marcante no empate (1-1) conquistado no Estádio da Luz, frente ao Benfica.

O avançado brasileiro Bruno Duarte, de volta ao futebol português, confirmou os créditos de goleador, atingindo a sua melhor marca na I Liga (13 golos), o que retirou espaço ao reforço cabo-verdiano Zé Luís (dois), também muito afetado por lesões.

O extremo argelino Belloumi, oriundo da equipa de sub-23 dos algarvios, foi a grande revelação, somando sete golos e quatro assistências, enquanto Gonçalo Silva, Mattheus Oliveira e Cláudio Falcão confirmaram as credenciais já evidenciadas.