Se a pressão de o clube grande vencer o adversário visitante já é grande o que dizer depois do resultado negativo no passado fim-de-semana? Este é o pensamento principal que antecede um dos encontros que marca a quarta jornada do campeonato: a receção do Sporting ao Chaves.

Rúben Amorim foi claro no final da derrota pesada no Estádio do Dragão e apontou todas as fichas para o sucesso leonino neste jogo. Disse o técnico que se vencer o Chaves "fica tudo bem". A verdade é que só um bom resultado e uma boa exibição podem fazer esquecer a mágoa que veio do norte e que coloca os verdes e brancos atualmente no décimo posto.

O objetivo passa assim por tentar evitar que a região norte do país volte a trazer dissabores a Alvalade, uma vez que estamos a falar de um adversário que representa a região de Trás-os-Montes e que se encontra em décimo primeiro lugar.

Este duelo também é importante porque marca o regresso do Chaves aos jogos com os três grandes naquele que é o primeiro ano no principal escalão do futebol nacional desde 2018/19. Vítor Campelos, que comandou os Flavienses à subida na temporada passada, procura dar continuidade ao que de bom se tem feito para o futebol na região transmontana.

Para um encontro que está marcado para as 20h30 deste sábado, Rúben Amorim não vai poder contar com Paulinho e Jovane Cabral (ambos ausentes por lesão. Já Pedro Porro encontra-se castigado depois da expulsão no clássico do Dragão. Perspetiva-se assim de novo uma ginástica tática a nível ofensivo com a ala direita defensiva a poder ser entregue a Ricardo Esgaio.

Do lado de Vítor Campelos, João Teixeira também vai falhar o duelo pela expulsão no último encontro frente ao Vizela e Rodrigo Moura é ausência por lesão. Nwankwo Obiora é um nome em dúvida e perspetiva-se o onze base e mais forte dos Flavienses, ainda com a possibilidade de algumas nuances.

Histórico: Amplitude de vitórias para os Leões, mas registo goleador dos Flavienses

Como já se perspetivava, existe alguma disparidade em termos de dados estatísticos nos duelos entre Sporting e Chaves. Para termos uma ideia, em 35 jogos, os Flavienses apenas conseguiram derrotar os Leões por cinco vezes. De realçar é o número de empates (onze), que acaba por transparecer, ainda assim, algum equilíbrio. Nos que respeita ao instinto goleador, a turma de Alvalade marcou 71 golos, mas os nortenhos não ficam muito atrás com o registo de 32 bolas colocadas nas redes leoninas - não é qualquer adversário que se pode dar a esse luxo.

Focando nos jogos realizados em casa dos verdes e brancos, uma vitória do conjunto transmontano significaria algo histórico no que às estatísticas diz respeito. Em 17 jogos, 14 significaram vitórias do Sporting com apenas o registo de três empates.

A maior vitória em casa dos Leões foi na Liga Portuguesa em 1992/193 por 5-0, sendo que o mais recente resultado remete-nos para a temporada 2018/19 com uma vitória da equipa então treinada por Marcel Keizer por 3-1 em Trás-os-Montes. Até então, muita coisa mudou e amanhã é mais uma página de história a ser escrita.

Veja o resumo do último encontro entre as duas equipas

Momento de forma: Igualdades pontuais

Sporting e Chaves encontram-se sem grandes diferenças no que ao momento de forma diz respeito. Ambos os emblemas arrancaram a temporada com apenas uma vitória, sendo os restantes dois jogos distribuídos entre um empate e uma derrota.

A equipa de Rúben Amorim entrou com o pé esquerdo na Liga logo com uma igualdade no terreno do SC Braga, mas rapidamente trouxe algum ânimo na receção ao Rio Ave. A derrota pesada frente ao FC Porto no passado fim-de-semana voltou a trazer fantasmas do passado, mas com um sabor ainda mais amargo. No total, foram seis golos marcados e seis golos sofridos.

Os comandados de Vítor Campelos também começaram mal a maratona com uma derrota em casa diante do Vitória SC, mas a segunda jornada significou uma reconciliação com as vitórias diante o Marítimo. O mais recente resultado foi um empate - ainda assim, melhor que o adversário deste sábado - em casa frente ao Vizela. O registo de golos dá assim três tentos marcados e sofridos.

O que dizem os treinadores

Rúben Amorim, treinador do Sporting: "Estamos cinco pontos atrás e estamos muito atrás no plano geral. É jogo a jogo. Vencendo o Chaves fica tudo bem."

Vítor Campelos, treinador do Chaves: "O Sporting é sempre o Sporting, um adversário que luta sempre para ser campeão. Independentemente dos jogadores que joguem, tem um plantel recheado de bons jogadores. É uma equipa que tem grande qualidade técnica, forte, quer no jogo interior, quer no ataque à profundidade"