Muitas faltas, anti-jogo, paragens e lances polémicos. O V. Setúbal - Benfica não se pautou por momentos de futebol bem jogado dentro das quatro linhas. Foi curtinha a exibição encarnada, mas houve um jogador que se destacou dos demais no relvado do Bonfim: Jonas.

Suadíssima a reta final da equipa de Rui Vitória, que acabou por contar com a ajuda do inspirado Odisseas Vlachodimos para manter a baliza inviolada e garantir três preciosos pontos. No momento de sufoco, foi o guardião do Benfica a evitar a soco um dos lances mais perigosos da partida, depois de cabeceamento de Jhonder Cádiz, aos 90´.

Durante a maior parte do tempo foram os encarnados que chamaram para si o controlo de jogo, através de uma forte circulação e boa capacidade para reter a bola. Com espaço para jogar nos primeiros minutos, e perante a passividade sadina, as águias - depois de terem disposto de um livre direto à entrada da área (11'), - chegaram ao golo por intermédio de Jonas, numa finalização de classe do brasileiro, num lance construído por Grimaldo e Gedson.

'Tenrinha' a defensiva sadina permitiu ao Benfica estar perto do 2-0, à passagem da meia hora. Zivkovic, com espaço, disparou com a bola a bater com um estrondo no ferro. Foi a partir desse período que o conjunto sadino conseguiu soltar-se da pressão imposta pelos encarnados e criou perigo através de uma das suas grandes armas: O contra-ataque.

No segundo tempo, o Benfica aos 58´ e 68´, teve ocasiões para antecipar o epílogo da encontro. No primeiro lance faltou frieza a Rafa, num chapéu sem nexo para fora. 10 minutos depois, foi Cristiano a negar o golo ao avançado do Benfica.

Com a vantagem mínima a imperar no marcador, os setubalenses, com um estilo impetuoso à imagem do seu técnico Lito Vidigal, conseguiram encostar o adversário 'às cordas', que estava incapaz de travar o caudal ofensivo dos sadinos. O Benfica acabou por sobreviver ao último raide do conjunto de Setúbal e segurar três pontos num terreno que promete dar muito trabalho aos visitantes nesta temporada.

Momento

Em cima do apito final, Vlachodimos tira 'o pão da boca' a Cadiz ao negar o golo ao jogador do Vitória. Seria o empate.

Figura

Jonas - Foi o homem que se distinguiu dos comuns mortais em Setúbal, elevando-se acima da banalidade e de um mar de lances faltosos e inestéticos. Baixou muita vezes no terreno para ir buscar jogo, servindo com precisão os companheiros. Teve sempre a cabeça bem levantada e tomou quase sempre as melhores decisões. Marcou o único golo do Benfica e ainda ofereceu o segundo a Rafa, mas o jogador do Benfica desperdiçou.

Melhores

Grimaldo

Esteve com a corda toda o lateral do Benfica. Participou no lance do golo de Jonas e teve a possibilidade de fazer o 'gosto ao pé' num potente remate à passagem do minuto 23´, que passou ligeiramente ao lado. Incendiou o lado esquerdo e foi um quebra-cabeças para a defensiva vitoriana.

Gedson

Inteligente com a bola nos pés, o jovem médio foi importante no transporte de jogo entre a defesa e o ataque. Fez a assistência para o golo de Jonas.

Vlachodimos

Acabou por ser decisivo na parte final ao parar um remate de Mendy (84´) e um cabeceamento de Jhonder (90´).

Jhonder Cadiz

O jogador venezuelano do Vitória foi uma seta apontada à baliza do Benfica. Tentou levar a equipa para a frente e teve o empate na cabeça em cima do apito final.

Pior

Antijogo

Um jogo com demasiadas faltas e paragens, - ao intervalo somavam-se 23 - , deverá ser alvo de reflexão profunda por parte dos agentes do futebol português.

Reações

Rui Vitória: "Não foi fácil os jogadores manterem o controlo"

Lito Vidigal: "Se fôssemos nós a fazer era anti-jogo... como é o Benfica, é estratégia"