Mais uma ficha, mais uma volta, o mesmo resultado. O Sporting venceu tranquilamente o Estoril na passada sexta-feira na Amoreira por 0-3, naquele que foi o primeiro jogo da sétima jornada da Primeira Liga. Sete são também o número de vitórias que os leões já levam no campeonato, o melhor registo da era 'Amorim' e das últimas três décadas.

No António Coimbra da Mota, o mais difícil foi mesmo chegar ao primeiro golo, a partir daí, os campeões nacionais aproveitaram para aumentar a vantagem e depois geri-la na segunda parte, acabando por apontar ainda um terceiro golo ao cair do pano.

Pelo meio deu para Amorim descansar uns, dar ritmo a outros, e ainda fazer algumas experiências, tudo já a pensar no desafio em Eindhoven para a Liga dos Campeões.

O jogo:

De forma quase tão previsível quanto frio no inverno, o Sporting tomou conta do jogo desde o apito inicial. Contra um bloco baixo do Estoril e concentrado na zona central, os leões iam alternando de flancos em busca de espaço.

Na esquerda Matheus/Nuno Santos/Maxi, na direita Debast/Catamo/Trincão, estes eram os principais dinamizadores do ataque verde e branco que, com a paciência que se reconhece, foi, pouco a pouco, chegando junto da baliza de Robles.

Morita deu o primeiro aviso aos 15 minutos, e todos sabem que o Sporting não costuma dar muitos avisos antes de ferir a presa. Com efeito, aos 24 minutos Matheus Reis recuperou a bola em zona alta e serviu Catamo que, na cara de Robles, limitou-se a desviar a bola do espanhol para o 0-1.

Cumprida a tarefa mais complicada, o leão continuou a fazer do canário o que bem entendia e sete minutos volvidos entendeu aumentar a vantagem. Nova combinação entre Catamo e Trincão (uma de muitas), e o extremo a cruzar atrasado para perto da pequena área, onde surgiu Morita a empurrar sem dificuldades para o 0-2. Dois golos de vantagem ao intervalo, que mais se pode querer?

Para a segunda parte os campeões nacionais entraram com a rotação um pouco mais baixa, perante um Estoril agora mais subido e com mais bola, sem que tal se tenha traduzido em grandes lances de ataque canarinho; a única exceção ocorreu aos 54 minutos quando Matheus Reis negou um golo que parecia certo a Pedro Amaral...foi a primeira e única oportunidade da equipa da Linha.

Sem ter de fazer grandes esforços, o Sporting foi controlando as operações ao longo de praticamente toda a etapa complementar. Dava para tudo, até para tirar Viktor Gyokeres; a poucos dias de um importante jogo na Liga dos Campeões, Rúben Amorim fez descansar alguns, fez rodar outros, e ainda experimentou Harder no centro do ataque.

Mas no que toca aos golos, e contrariamente ao que tem vindo a ser habitual, a vitória não foi construída pelos avançados leoninos, ficando esse papel reservado para a linha média verde e branca, e que foi reforçado pelo remate de fora da área de Daniel Bragança já no tempo de descontos, e que fez o 0-3 final.

Mais três golos, mais três pontos, sete vitórias em sete jogos. Números que impressionam, mas que não surpreendem aqueles que acompanham os jogos deste Sporting. O recorde de Marinho Peres em 1990/91 parece estar ao alcance, mas ainda é muito cedo para pensar nisso, se é que isso algum dia passará pela cabeça de jogadores ou equipa técnica.

Certo, certo é que o foco do leão já está em Eindhoven.

Momento do jogo: Morita não facilita

O médio japonês, regressado ao onze titular, já tinha ameaçado o golo minutos antes, vendo o mesmo negado pela defesa estorilista.

Contudo, e poucos minutos depois de Catamo ter inaugurado o marcador, o internacional nipónico aproveitou um bom trabalho de Trincão e, à entrada da pequena área, rematou para o 0-2, levando assim o leão mais tranquilo para o intervalo.

O melhor: Muro anti-viking

Seria de esperar que, após uma vitória clara por três golos, houvesse um jogador do Sporting como grande destaque. Contudo, e perante um nível homogéneo de exibições do lado leonino, há a destacar o desempenho de um adversário, neste caso Kévin Boma.

O jovem central do Estoril esteve praticamente irrepreensível ao longo de todo o jogo, conseguindo a proeza de impedir Viktor Gyokeres, não só de marcar, como também de esboçar uma tentativa, algo que não se tem vindo a mostrar ao alcance de muitos nos últimos tempos, e que sem dúvida merece destaque.

O pior: Espanhol sem 'ganas'

Alejandro Orellana foi titular no meio-campo do Estoril, substituindo o lesionado Xeka. Contudo, o médio espanhol teve muitas dificuldades para travar as combinações entre o trio Debast/Catamo/Trincão, especialmente no que toca aos dois últimos, e o Sporting conseguiu por diversas vezes ganhar vantagem no lado direito do seu ataque, tendo sido precisamente por aí que os leões construíram o segundo golo.

Foi sem surpresa que jogador formando no Barcelona foi substituído por Holsgrove ao intervalo.

O que disseram os treinadores

Ian Cathro, treinador do Estoril

Rúben Amorim, treinador do Sporting

O resumo