Oito golos sofridos nas quatro primeiras jornadas e duas derrotas sem marcar qualquer golo nos dois últimos encontros davam que pensar a um Sporting pouco habituado a esses números no passado recente. Na visita ao Estoril era imperativo inverter o rumo dos acontecimentos e, para tal, Rúben Amorim apostou em algumas mexidas, a começar pela defesa.

E foi mesmo na defesa que começou a vitória. Mais concretamente na cabeça de um defesa a quem Amorim resolveu dar a titularidade pela primeira vez:o reforço Jeremiah St.Juste. O central neerlandês assinou o seu primeiro golo de leão ao peito, abrindo o ativo com um cabeceamento certeiro na sequência de um canto, e mostrou outras qualidades, como velocidade e capacidade de sair a jogar com bola.

St.Juste foi, porém, apenas uma das mudanças introduzidas pelo treinador leonino. Ainda no centro da defesa, Matheus Reis completou o trio de centrais (com Luís Neto e Gonçalo Inácio a começarem no banco) e também ficou perto de marcar logo a abrir, Porro regressou após castigo e deu outro ímpeto ao corredor direito em comparação com Ricardo Esgaio e Pedro Gonçalves (depois da experiência não muito bem sucedida de o recuar para o meio campo, para fazer de Matheus Unes, frente ao Chaves), voltou ao trio de ataque e, com as assistências para os dois golos, mostrou que é lá que deve estar.

Tudo isto acabou por resultar num triunfo seguro, ainda que longe de brilhante, do Sporting, com dois golos marcados e nenhum sofrido. Frente a um Estoril que não terá dado a réplica que se esperava, desperdiçando em momentos cruciais as poucas ocasiões de golo que criou, o Sporting conseguiu o que mais lhe importava: voltar aos triunfos e de forma relativamente tranquila. As (bem sucedidas) mexidas de Amorim servirão para tirar algumas conclusões...

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O jogo: Entrar com tudo para inverter o rumo e, depois, controlar

O Sporting entrou no jogo determinado a dar a volta à sequência de resultados. Com Porro e Nuno Santos a darem muita intensidade pelas alas, os leões conquistaram vários pontapés de canto. Num deles Matheus Reis cabeceou à trave e, no seguinte, St.Juste cabeceou para o fundo das redes. Estava feito o 1-0, ainda no quarto de hora inicial. Importante para uma equipa a precisar de serenar depois dos resultados recentes.

O Estoril reagiu bem ao golo e criou, logo depois, o seu primeiro lance de perigo, numa hesitação de Adán, mas não aproveitou com a baliza à sua mercê e o Sporting voltou à carga para voltar a marcar e, praticamente, sentenciar o triunfo. Lance pela direita, com Porro a desmarcar Pedro Gonçalves e este a fazer a sua segunda assistência no jogo, deixando Marcus Edwards isolado na cara do guarda-redes do Estoril. O inglês não perdoou e fez o 2-0.

Mais uma vez, o Estoril voltou a ter logo a seguir uma oportunidade para marcar, em mais uma hesitação de Adán, mas mais uma vez não marcou e foi o mais perto que esteve de o fazer até ao fim da partida. O Sporting ficou à beira do 3-0 em cima do intervalo e, no segundo tempo, apesar de a turma da casa até ter passado mais tempo no meio campo leonino, foram os verdes e brancos que mais perto estiveram do golo, num livre de Porro a rasar o poste.

Nota apenas para algumas picardias desnecessárias nos minutos finais, que elevaram o número de cartões amarelos para uns exagerados cinco do lado do Estoril e sete do lado do Sporting.

O momento: St.Juste cabeceia para o golo

O Sporting já tinha ameaçado de canto pouco antes, com Matheus Reis a cabecear à trave, e ao minuto 13 marcou mesmo. Pontapé de canto cobrado da esquerda por Pedro Gonçalves e St.Juste a surgir imponente, solto de marcação, no coração da grande área do Estoril para cabecear certeiro para o 1-0. O golo de que o Sporting precisava para serenar, depois das duas derrotas seguidas de que vinha.

Os melhores: Pote no sítio certo para assistir e St.Juste a responder sim à chamada

Pedro Gonçalves voltou ao ataque e causou muitos problemas problemas à defesa do Estoril e mostru a qualidade técnica que todos lhe reconhecem, com alguns pormenores deliciosos. Desta vez não marcou, mas fez as assistências para os dois golos.

Jeremiah St.Juste foi a contratação mais cara do Sporting para a nova época. Tinha estado nos quatro anteriores encontros, mas sempre como suplente utilizado. Com a defesa a falhar mais do que o habitual nos últimos jogos, Amorim concedeu-lhe a titularidade pela primeira  vez e o neerlandês não só correspondeu com um importante golo (o seu primeiro de leão ao peito), como mostrou velocidade, qualidade de passe e capacidade de progressão com bola.

O pior: Estoril demasiado infrutífero e Adán a mostrar que não está no seu melhor

O Estoril vinha de uma vitória convincente, por 3-0, fora de portas, no terreno do Paços de Ferreira, e esperava-se que pudesse aproveitar o facto de pela frente ter um Sporting 'sobre brasas'. Mas não foi capaz de o fazer e, nos dois momentos em que podia ter ferido o leão e aumentado o nervosismo do adversário, mostrou ineficácia a finalizar.

Esses dois momentos aconteceram na sequência de hesitações de Adán, em dois lances em que o guarda-redes do Sporting pareceu lento a sair da sua baliza. O guardião espanhol não parece atravessar o melhor momento de forma desde que se lesionou no fecho de pré-epoca, apesar de ter acabado por não falhar qualquer jogo.

As reações

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O resumo