O Benfica venceu o Desportivo de Chaves por 1-0 num jogo em que Haris Seferovic fez o único tento que se provou decisivo na conquista dos três pontos por parte da formação orientada por Rui Vitória. Em Trás-os-Montes, o clube da Luz teve de esperar até aos instantes finais para poder celebrar e ver o triunfo a sorrir para os lados de Lisboa. O triunfo dos ‘encarnados’ estava para além da montanha defensiva levantada por Luís Castro, mas o avançado suíço descobriu o túnel para lá chegar.

Um Benfica com ansiedade zero, mas 100% de intenções de golo

No rescaldo do encontro, Rui Vitória não hesitou em dizer que o Benfica não sofreu de ansiedade para chegar ao golo. O treinador fez a sua análise à partida e realçou que se o golo tivesse chegado mais cedo ninguém discutiria que tinha sido um triunfo justo.

Com efeito, o clube da Luz apresentou-se em boa forma em Trás-os-Montes. Diferente do jogo com o SC Braga, a equipa das ‘águias’ teve um desafio diferente ao enfrentar a defesa montada por Luís Castro.  O encontro não foi fácil para a equipa lisboeta que viu o Chaves levantar uma forte resistência até perto do fim.

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No entanto, os jogadores do Benfica não aparentaram ver o passar dos minutos. Ao contrário do que sucede muitas vezes, o jogo do clube da Luz na parte final do encontro não se transformou num ‘chuveirinho’ como é comum quando o tempo aperta e há um resultado a procurar. Pizzi procurou muitas bolas longas, de facto, mas não lances diretos para a área. Acabaria por ser num desses lances que o golo acabaria por chegar. Pizzi recebe bem atrás junto à linha do meio-campo e, em vez de colocar direto nos pontas de lança descobriu Rafa que numa boa movimentação acabou por ultrapassar o adversário para servir Seferovic.

Defesa organizada e bem montada, mas que se esqueceu de ‘guardar’ o calcanhar de Aquilles

Aquilles é descrito na mitologia grega como um herói grego cuja única fraqueza era o seu calcanhar. A força do guerreiro era resultado de um banho no rio Estige que lhe deu invulnerabilidade exceto no calcanhar, parte do corpo que acabaria por trazer a sua morte.

Em Trás-os-Montes não houve um guerreiro da mitologia grega, mas esteve uma defesa bem montada que apenas foi batida por um golpe de… calcanhar. Seferovic fez o golo numa altura em que a defesa transmontana já não tinha energia nas pernas para manter os mesmos níveis de outras alturas do jogo. O suíço conseguiu fugir à marcação, Rafa fez semelhante e o golo entrou mesmo no ‘buraco da fechadura’ que é uma forma de dizer entre as pernas do guarda-redes Ricardo.

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Até aos instantes finais, o Desportivo de Chaves tinha-se apresentado frente ao Benfica com uma defesa muito bem organizado e com ideias assentes em como contrariar a força ofensiva dos ‘encarnados’. Com dois homens no meio-campo e os alas a desceram para assistir os defesas na hora de posse de bola do Benfica, Luís Castro conseguiu condicionar durante muito tempo as ações dos ‘encarnados’. Cervi ficou muito fora de jogo enquanto Salvio precisou sempre de procurar terrenos mais interiores.

Enquanto houve força nas pernas dos jogadores do Chaves houve encontro animado. Matheus Pereira exigiu atenções redobradas e Jorginho poderia ter escrito outra história neste encontro. Como Luís Castro disse, o Chaves jogou bem, mas viu a sua exibição ser invadida por tristeza.

Seferovic confirma estatuto de goleador

Em três jogos oficiais, Seferovic soma três golos pelo Benfica. Seria complicado esperar um arranque melhor do que o suíço tem tido na equipa ‘encarnada’. A ligação com Jonas mostra muito trabalho de integração e é mentirosa no sentido em que parece que os dois jogadores já se conhecem e jogam juntos há mais tempo.

Frente ao Chaves, Seferovic não teve um encontro fácil, mas soube esperar a sua oportunidade e, com um toque de classe, valeu três pontos ao clube da Luz. No meio dos centrais, foi uma constante dor de cabeça e soube ‘moer’ e cansar a dupla apresentada pelo Desportivo de Chaves.

O jogador podia até ter marcado mais cedo e ainda na primeira parte, mas o duelo com Ricardo foi intenso com o guarda-redes a levar quase sempre a melhor. Contudo, o golpe de KO foi dado pelo suíço nos instantes finais quando já todos esperavam o empate entre as duas equipas.

Contratado a custo zero pelo Benfica ao Eintracht de Frankfurt, Haris Seferovic tem mostrado o porquê de ser aposta de Rui Vitória. Na sua primeira temporada como jogador do Benfica conquistou o lugar ao lado de Jonas e relegou Raúl Jiménez para o banco. Mitroglou não tem vida fácil e regressar às primeiras escolhas mostra-se ser uma tarefa cada vez mais ardilosa…